Carol Veras - AGÊNCIA CENARIUM
MANAUS (AM) - Familiares e pais de estudantes protestaram nesta terça-feira, 6, na frente da Escola Municipal Doutor João Queiroz, localizada no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus (AM), por justiça ao falecimento de uma criança identificada como Eduardo, de 10 anos. Os manifestantes pedem a exoneração do diretor da instituição e de outros funcionários acusados pela população por omissão de socorro.
Familiares contaram o caso à CENARIUM. De acordo com a tia do menino, Cristina Carvalho da Silva, Eduardo foi agredido violentamente por outros estudantes da instituição de ensino. O motivo, disse Cristina, foi ter se recusado a fazer o dever de casa de outro aluno. Ela afirmou que após ser agredida, a criança retornou para casa e não informou os pais sobre a violência sofrida. As agressões só foram reveladas depois que o menino passou mal e expeliu sangue pelo nariz e boca. Eduardo estava em viagem ao interior do Amazonas, e faleceu neste domingo, 6, a caminho da capital amazonense. Antes de falecer, o menino contou aos pais os nomes dos alunos que o agrediram.
Os responsáveis de estudantes da escola que participaram da manifestação nesta terça-feira, 6, denunciaram à CENARIUM outros casos de agressões. De acordo com Gabrielle Silva, tia de um aluno do 4° ano, seu sobrinho também foi agredido dentro do ambiente escolar e compartilhou uma foto dos hematomas da criança.
Outra familiar, que preferiu não se identificar, afirmou que seu filho havia sido empurrado de uma rampa e quebrado dois dedos do pé. Ao ser encaminhado para o Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, unidade localizada na Zona Leste de Manaus, a mãe foi orientada a solicitar as câmeras da escola, que não foram disponibilizadas até o momento.
Estudantes relataram à CENARIUM que as agressões na escola não eram incomuns e acusaram funcionários da instituição de omissão perante as denúncias que realizavam aos mesmos. Uma menina cuja identidade é preservada, acusou um professor da escola de tirar fotos dela e tocá-la em momentos inoportunos. O mesmo professor, de acordo com os alunos da unidade, apresenta comportamentos agressivos com as crianças. O diretor não quis receber a imprensa para comentar o caso nesta terça-feira, 6.
Amiga da mãe da vítima, Carolaine Bezerra, disse que Eduardo já havia sido agredido outras vezes pelos mesmos alunos e chegou a relatar o caso a uma professora, que não repreendeu o agressor. A mãe não estava presente na manifestação, pois precisou comparecer ao velório da irmã. "Ela está muito abalada para vir", disse a tia do menino. O corpo de Eduardo foi velado nesta segunda-feira, 5.
A ronda nas escolas esteve presente no local. De acordo com o guarda municipal identificado como Odair, as ações de ronda se intensificaram na região após o caso. Manifestantes denunciam que antes do ocorrido não havia policiamento e pouca atenção da ronda nas escolas. Representantes da Secretaria Municipal de Educação (Semed) estiveram no local para dialogar com o diretor da escola, mas não falaram com a reportagem.
Em nota, o órgão declarou que "não há registro nas câmeras de segurança do aluno sendo espancado dentro e nem na frente da escola". A pasta também informou que no momento que foi informada do falecimento do estudante deu total apoio à família com transporte e providenciando o auxílio funeral". A família nega que tenha recebido apoio financeiro para a realização do velório.
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