Ricardo Chaves - AGÊNCIA CENARIUM
MANAUS (AM) - Cercado de expectativas, o primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de Manaus, promovido na noite desta quinta-feira, 8, pela TV Band Amazonas, foi marcado por trocas de acusações, repetição de propostas de campanha e a ausência do atual prefeito, David Almeida (Avante). O evento contou com a presença dos deputados federais Alberto Neto (PL) e Amom Mandel (Cidadania), do deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), e do ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT).
Entre as propostas que se destacaram, estiveram temas como infraestrutura, segurança e saúde na capital. No primeiro bloco, Almeida foi o foco de Marcelo Ramos e Alberto Neto. Ramos classificou como “patética” a justificativa enviada pelo partido do prefeito para a sua ausência no debate, enquanto o candidato do PL chamou David Almeida de “candidato fujão”.
Roberto Cidade e Amom Mandel, por outro lado, evitaram atacar Almeida inicialmente, preferindo exaltar suas conexões com Manaus. O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) relembrou suas origens e seu mandato como vereador da capital, enquanto o deputado federal focou em sua proposta de revogar o aumento do IPTU para 300 mil famílias e destacou sua preparação para governar a cidade.
O debate, de fato, começou a esquentar no segundo bloco, quando cada candidato pôde escolher um adversário para fazer perguntas. Em confronto direto, Marcelo Ramos e Roberto Cidade discutiram sobre a saúde básica em Manaus. Cidade destacou o compromisso de construir, em parceria com o Governo do Amazonas, 12 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que funcionarão 24 horas por dia.
“Setenta porcento das pessoas que vão para o Hospital 28 de Agosto precisam de atenção básica. Manaus deixa de arrecadar todos os anos R$ 700 milhões do SUS porque não tem UPA funcionando 24h com médico, enfermeiros e remédios básicos”, afirmou Cidade.
Ramos questionou a proposta, afirmando: “A prefeitura deixa 400 mil pessoas sem atendimento básico de saúde. Portanto, vocês são co-responsáveis pelo atual quadro da saúde pública. Me admira que o governo do Estado, que você apoia, não tenha construído nenhum hospital, mas agora promete construir UPAs e hospitais.”
No quarto bloco, houve um novo confronto entre os candidatos Alberto Neto e Marcelo Ramos. O petista e o bolsonarista evitaram se atacar diretamente e chegaram a ensaiar uma aliança para criticar Roberto Cidade, Amom Mandel e David Almeida. A saúde novamente foi o tema central.
Na pergunta, o candidato do PL elogiou Ramos por abordar bem as filas no Sistema de Regulação (Sisreg) e perguntou como o candidato do PT resolveria a questão. Em resposta, Ramos criticou os outros três adversários. Na réplica, Alberto Neto seguiu a mesma linha, mas com foco maior em David Almeida.
“O prefeito prometeu um parque de imagens e não cumpriu. Prometeu um hospital e não cumpriu. A capital tem um índice elevado de câncer de colo de útero porque o diagnóstico é muito tardio. Vamos fazer parcerias público-privadas para melhorar isso”, disse o candidato do PL.
Roberto Cidade e Amom Mandel abordaram a segurança pública. O candidato do União Brasil questionou o deputado federal sobre suas propostas para a área e defendeu o armamento da guarda municipal. Amom concordou, mas ressaltou que outras medidas são necessárias.
“Armar a guarda municipal não é a única solução para a segurança pública em Manaus. É preciso combater a corrupção e as raízes das organizações criminosas. Como prefeito, vou trazer iniciativas que deram certo, como as existentes em Recife e Florianópolis, e outras partes do país e do mundo”, afirmou Amom.
No quinto e último bloco do debate da TV Band Amazonas, Marcelo Ramos destacou sua experiência para administrar Manaus e enfatizou sua boa relação com o governo federal e com o presidente Lula (PT).
Roberto Cidade criticou os três adversários e, principalmente, a ausência de David Almeida. Alberto Neto também lamentou a falta do prefeito no debate e reafirmou suas propostas. Amom encerrou o discurso reforçando a bandeira do combate à corrupção.
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