Fabyo Cruz - AGÊNCIA CENARIUM
BELÉM (PA) - A comunidade ribeirinha de Magebras, localizada no município de Breves, no Arquipélago do Marajó, no Pará, está lidando com um incêndio florestal de grande escala, de acordo com relatos dos habitantes do local. Apesar de próxima à sede do município e de já ter recebido apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), os moradores estão reclamando da falta de equipamentos adequados para combater o fogo, que continu a se espalhando.
Nas redes sociais, imagens e vídeos capturados pelos residentes locais evidenciam a intensidade da problemática e a aflição ao solicitarem ajuda à prefeitura de Breves. “A gente pede que as autoridades possam nos ajudar porque [o fogo] está chegando muito próximo das casas, já tem postes que estão quase virando, a gente já ficou sem energia hoje e está complicada a nossa situação”, afirmou uma moradora da comunidade.
Em outro vídeo, a moradora diz: "A situação em que estamos é complicada. O fogo, nas áreas onde jogam água, continua se alastrando. Só jogar água não está resolvendo, por falta de equipamentos, mangueiras e estrutura adequada. Precisamos urgentemente de máquinas e equipamentos para trabalhar, porque, do jeito que está, o fogo só se espalha".
Incêndios em diferentes pontos da ilha
De acordo com o Observatório do Marajó, organização da sociedade civil que trabalha para fortalecer as lideranças de comunidades tradicionais, ribeirinhas e marajoaras por meio de análise de dados, o município de Portel registrou 55 focos de incêndio florestais somente no mês de julho. Para a organização, é fundamental levar em conta esse contexto e as questões climáticas ao exigir que as autoridades públicas adotem medidas que tenham como objetivo a proteção dos territórios e das comunidades do Marajó.
No ano passado, Portel figurou como a sétima cidade brasileira com mais queimadas, de acordo com os dados dos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somente durante o verão e o inverno amazônico, o município registrou 2.011 focos de incêndio, o que equivale a 4,5% do total nacional.
O número de 2023 foi expressivamente superior aos 1.538 focos registrados em 2022, que corresponderam a 2,6% das queimadas no Brasil, colocando Portel na 15ª posição no ranking. Em 2021, o município nem sequer figurava entre as 30 cidades com mais focos de incêndio no País.
Qual é a resposta do governo estadual e das prefeituras?
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), um helicóptero foi enviado na última quarta-feira, 7, para apoiar o Corpo de Bombeiros no combate às chamas em Breves.
De acordo com os Bombeiros, uma força-tarefa foi criada na operação “Fênix”, destinada a conter o incêndio. As causas do incidente não foram divulgadas pelos agentes públicos.
As prefeituras de Breves e Portel não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.
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