A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma desaceleração em maio, atingindo 0,26%.
O dado, divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa uma queda em relação a abril, quando o índice foi de 0,43%. Esta é a terceira desaceleração mensal consecutiva.
No acumulado do ano, o IPCA soma alta de 2,75%. Nos últimos 12 meses, o indicador chegou a 5,32%, um valor que, embora menor que os 5,53% registrados no mês anterior, ainda está acima da meta de 3% estipulada pelo Banco Central, cujo teto é de 4,5%. O resultado de maio ficou abaixo das expectativas de analistas do mercado financeiro.

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O grupo Habitação foi o principal responsável pela alta dos preços no mês, com variação de 1,19% e o maior impacto no índice geral (0,18 ponto percentual). A energia elétrica residencial, com aumento de 3,62%, foi o subitem de maior peso individual, contribuindo com 0,14 p.p. para a inflação.
Essa alta se deveu, em grande parte, à mudança da bandeira tarifária de verde para amarela em maio, o que adicionou R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos. Fernando Gonçalves, pesquisador do IBGE, explicou que, além dos reajustes em algumas áreas e o aumento nas alíquotas de PIS/COFINS, a bandeira tarifária amarela contribuiu para essa elevação. Custos com gás encanado (0,25%) e taxa de água e esgoto (0,77%) também subiram.
Por outro lado, a deflação nos Transportes (-0,37%) e a desaceleração da inflação em Alimentação e bebidas (que passou de 0,82% em abril para 0,17% em maio) foram cruciais para o recuo do IPCA. No setor de transportes, as passagens aéreas tiveram queda expressiva de -11,31%, enquanto os combustíveis recuaram -0,72%, com baixas em óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).
No grupo de alimentos, as quedas mais significativas foram observadas no tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%). Apesar disso, alguns itens tiveram alta, como batata-inglesa (10,34%), cebola (10,28%), café moído (4,59%) e carnes (0,97%).
Além de Transportes e Artigos de residência (-0,27%), sete dos nove grupos pesquisados pelo instituto apresentaram variação positiva em maio. No entanto, houve desaceleração em Vestuário (de 1,02% para 0,41%), Saúde e Cuidados pessoais (de 1,18% para 0,54%), Despesas pessoais (de 0,54% para 0,35%) e Comunicação (de 0,69% para 0,07%). O grupo Educação manteve a estabilidade, com taxa de 0,05%.
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