Qual a diferença entre uma pesquisa eleitoral e o “DataPovo”? Especialista explica
Nos últimos meses, muitos aliados do presidente Jair Bolsonaro usaram o termo para desqualificar os Institutos de Pesquisa; veja o motivo para não comparar as duas coisas
11/10/2022 16h29
Durante o último Roda Viva, transmitido na última segunda-feira (10), o presidente do Instituto Ideia e professor da Universidade George Washington, Maurício Moura, explicou as diferenças entre os números apresentados por uma empresa de pesquisa e o “DataPovo”, termo usado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Muitos políticos aliados do presidente e os apoiadores usam imagens de manifestações, visitas do presidente em outros países e as “motociatas” para afirmarem o tamanho do apoio que ele tem e tirar os créditos dos institutos de pesquisa.
Moura explica que os métodos usados nas pesquisas têm como objetivo representar o universo de toda a população brasileira e não apenas uma parcela da sociedade.
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“Não necessariamente, um público que vai em determinado comício representa o universo dos brasileiros. Ou aqueles que respondem uma enquete de determinado perfil nas redes sociais. Tem uma amostragem por trás que garante a representação de todo universo”, explica.
O professor ainda citou um exemplo dado em suas aulas. Quando uma pessoa precisa fazer um exame de sangue, não é necessário retirar do corpo todo para obter as informações.
Moura também citou um momento histórico para ajudar na diferenciação. Em 1998, no primeiro que foi permitido a reeleição no país, Lula organiza comícios muito maiores do que Fernando Henrique Cardoso, presidente na época. Mesmo assim, o tucano venceu a disputa no primeiro turno.
Ao final da explicação, ainda brincou que “não é porque a torcida do Botafogo enche o estádio, que torna ela a maior do país”.
Assista ao programa na íntegra:
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