Fundação Padre Anchieta

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Com reestreia marcada para este sábado (1º), o Cultura Livre, que nasceu de um desafio entre amigos de criar “o melhor programa do mundo”, volta repaginado e direto da casa dos artistas.

É possível fazer um programa “quentinho”, acolhedor e intimista mesmo com o distanciamento social? Sim, é muito possível quando estamos falando de Roberta Martinelli e de seu projeto do coração que ano que vem completa uma década no ar na TV Cultura.

Em entrevista, a apresentadora paulistana, de 38 anos, fala sobre a reestreia, todas as mudanças vindas com a pandemia e ainda sobre sua vida e carreira no mundo da música.

- Logo de cara, quais mudanças profissionais trazidas pela pandemia aconteceram com você?
Roberta: Sempre achei que todas as minhas entrevistas precisavam ser presenciais, olho no olho, para ter o calor humano. Mas me readaptei, entendi o tempo da internet e aprendi que dá para ter papos muito legais e calorosos mesmo com distanciamento.

- Como foi repensar e gravar a volta do Cultura Livre?
Roberta: Na verdade, nunca paramos, porque nesses meses de pandemia a gente seguiu fazendo as nossas lives (Cultura Live) com artistas direto de suas casas, como o Tom Zé, Fernanda Takai, Frejat. Acabou sendo um esquenta e uma oportunidade de repensar o programa que temos agora.

- E como será a nova temporada?
Roberta: Eu agora fico sozinha no estúdio conversando com os convidados, que estão em um telão. Se antes eu os recebia aqui, agora peço licença para “entrar” na casa deles. A gente sempre mostrou a música brasileira que acontece agora, e nesse momento não seria diferente. A arte teve que se adaptar e a gente também.

- Foi difícil ter o calor humano à distância?
Roberta: Já gravamos alguns programas, e a conexão com os artistas tem sido incrível. Descobri que a proximidade não é física, mas sim de um bom papo, de vínculo.

- O programa de estreia será com o cantor e compositor Rubel. Algum motivo especial?
Roberta: Desde que voltou dos Estados Unidos, em 2013, com o primeiro disco, Pearl, eu tento uma entrevista, mas nunca deu certo. Agora nesse momento de reflexão sobre o mundo ele topou, porque queria ter algo especial para mostrar. No programa, ele fala sobre como a quarentena mudou sua vida, sobre as novas criações.

- Além de sempre trazer um artista especial em cada edição, teremos quadros novos?
Roberta: Sim! Temos duas novidades: o Canção do Isolamento, em que artistas cantam músicas inspiradas na quarentena, e o Clássico da Semana, em que a gente apresenta os discos brasileiros que fazem aniversário em 2020, como os 45 anos do Refazenda, do Gil.

- Quais foram as entrevistas mais marcantes que você fez nos últimos anos de Cultura Livre?
Roberta: Nossa, são tantas... Acho que o único artista que ainda não consegui entrevistar foi o Chico Buarque. Quem sabe um dia, né? Mas vou citar algumas especiais da última temporada: João Donato, Tulipa Ruiz, Criolo e Xênia França.

- Que tipo de música você gosta de ouvir quando está em casa?
Roberta: Música brasileira! Mas sabe que ouvir música pra mim é parar tudo o que estou fazendo e ouvir de fato. Não consigo ligar o som e fazer outra coisa.

- Quando começou a sua história com a música?
Roberta: Eu sempre amei música, mas não via isso como uma possibilidade de trabalho. Desde pequena ficava com a fita cassete esperando para gravar as melhores da rádio (entendedores entenderão) e depois, mais velha, gravava CD para os amigos.

- Mas a sua carreira artística começou no teatro, certo?
Roberta: Sim, sou formada em teatro pelo Célia Helena (em São Paulo), cheguei a dar aula. Achava que só seria feliz trabalhando como atriz. Até conhecer o rádio (risos). Em 2008, fiz um teste para locução na Cultura e fui muito mal, não passei. Mas o Eduardo Weber (atual coordenador de produção das Rádios da Cultura) na época me ofereceu uma vaga de estagiária para trabalhar com música clássica. Assim começou minha história.

- E a ideia do Cultura Livre surgiu nessa época, certo?
Roberta: Sim, eu e uns amigos da rádio fazíamos uma brincadeira de imaginar o programa mais legal do mundo. E nessas surgiu o Cultura Livre, em 2009, e eu era a apresentadora. Deu certo, crescemos e em 2011 viemos para a televisão.

- O fato de ser atriz ajudou você a se comunicar melhor, a ser uma apresentadora de TV?
Roberta: Foi fundamental. Tanto o teatro quanto o curso de palhaço. Sempre fui muito tímida, e essas experiências me ajudam muito a entrevistar as pessoas, a entrar em cena no programa, a ter escuta para as histórias.

- Você é uma das jornalistas musicais mais admiradas no país e já foi premiada pelo seu trabalho. O que é ser mulher admirável para você?
Roberta: É saber ser o que é, sem ter que imitar ninguém, nem seguir padrão. Cito duas aqui que admiro muito, porque são muito autorais, a Letrux (atriz e cantora carioca) e a Luedji Luna (cantora baiana).

- Qual é o seu papel no mundo? Você sente que o seu trabalho transforma a vida das pessoas?
Roberta: Nossa, que pergunta difícil (risos)... Sou uma pessoa encantada pela música, pela arte e pela possibilidade de melhorar o que está aqui. A pandemia me fez ficar com vontade de viver no mundo de novo. Cada saída de casa, cada gravação é um mundo inteiro. E o Cultura Livre vem falar sobre o que estamos passando, escutar os artistas e pensar com eles sobre futuro.

Confira a playlist especial com as “5 mais da Martinelli”:

Tim Bernardes, Paralelas/Changes

Céu, Ocitocina

Liniker e Os Caramelows, Zero

Juçara e Maurício, Trovoa

O Cultura Livre vai ao ar aos sábados, às 18h, na TV Cultura, no site oficial da emissora e no canal do programa no YouTube.