Marcelo Tas recebe o ator, apresentador, radialista e diretor teatral Dan Stulbach no Provoca desta terça-feira (11). A edição inédita vai ao ar às 22h, na TV Cultura.
Durante a entrevista, o artista fala sobre a peça em que está em cartaz atualmente, comenta suas vivências como apresentador e traz reflexões sobre o mundo da TV.
O programa debate sobre o espetáculo O Mercador de Veneza, escrito por William Shakespeare, que gira em torno do preconceito e intolerância contra os estrangeiros. Dan interpreta o agiota Shylock e, apesar de ter sido escrita no século XVI, a trama ainda é atual.
“O fato da atualidade da peça é maravilhoso (...) E ela é tristemente atual porque fala da indiferença, da crítica e da dificuldade que as pessoas têm de aceitar o diferente, o outro, o judeu, o negro, a mulher que precisa se vestir de homem para ser aceita no tribunal”, reflete o ator.
Além de artista, Dan Stulbach já cursou engenharia e comunicação social, trabalhou como pipoqueiro em Los Angeles (EUA), foi comentarista de futebol, âncora de um programa de rádio e ocupou a cadeira central do antigo CQC na Band, no qual Marcelo Tas também fez parte, em período diferente.
“O verdadeiro humor é aquele que provoca os poderosos, não é o que tira sarro dos fracos. E ali [CQC] foi um lugar, quer dizer, você brincava com tudo, mas a intenção maior era essa provocação”, comenta Dan.
Então, Tas pergunta se o ator aceitaria fazer novamente o programa e a resposta é positiva. Do outro lado, Tas diz que não faria novamente e Dan acrescenta: “Eu acho que eu adoraria fazer um programa como esse, mas o "CQC" em si acho que já foi (...) Você se torna escravo com essa história de agradar sempre e você não chega a lugar nenhum. Não é esse o nosso lugar”, enfatiza.
Ainda falando do mundo da televisão, ambos conversam sobre como eram as produções antigamente e o que se vê hoje nas telas. Para Dan, a história da TV aberta, do Brasil, é diferente de qualquer outro lugar do mundo.
“(...) A televisão foi feita por pessoas muito inteligentes (...) A nossa formação criou um público que sabe distinguir interpretação, sabe o que é um ator, sabe o ator que é bom e o ator que está lá e é famoso só porque está lá. Sabe. As pessoas sabem. Em nenhum outro país é assim”, conclui.
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