A pandemia do novo coronavírus interrompeu diversas competições esportivas em todo o mundo e a Libertadores não foi uma exceção. Após uma pausa de seis meses, o coração do torcedor voltará a bater mais forte com uma das disputas mais atraentes do cenário futebolístico. As mudanças que a CONMEBOL tem realizado na organização do torneio ao longo dos últimos anos tem impulsionado a divulgação do futebol sul-americano através de novos contratos de patrocínio, direitos de transmissão e uma nova identidade visual, algo que havia sido abandonado pela confederação.
Vários escândalos envolveram os ex-presidentes Nicolás Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Ángel Napout. Esses deixaram de assinar acordos mais lucrativos para os clubes e optaram por negócios regados a propina, aprofundando o abismo existente entre os lucros das equipes do nosso continente e dos times europeus.
O atual mandatário Alejandro Dominguez, que assumiu o comando da entidade em janeiro de 2016, procurou reconstruir a imagem da CONMEBOL. Os direitos comerciais dos principais torneios foram adquiridos pela FC Diez Media, que fez um ótimo trabalho ao trazer novos patrocinadores e adotar um novo formato para as transmissões das partidas, semelhante ao modelo utilizado pela UEFA.
O videogame também não ficou para trás. Hoje em dia, o produto é essencial para a expansão das marcas vinculadas à organização, já que o número de pessoas que consomem jogos como "FIFA" ou Pro Evolution Soccer" é enorme em todo o mundo. Em 2020, a Libertadores, a Copa Sul-Americana e a Recopa estrearam no game da EA, após um período de exclusividade com o PES, produzido pela Konami. Esse novo contrato trouxe vários benefícios para a divulgação dessas competições, como a realização da "Conmebol e Libertadores", torneio válido pela FIFA 20 Global Series.
A premiação foi outro ponto alterado na "Liberta". Em 2015, o prêmio máximo que um clube poderia ganhar, caso avançasse da primeira fase até o título, era de 7,7 milhões de dólares. Em 2020, esta mesma equipe ganhará 22,5 milhões, um aumento de aproximadamente 192%.
Estes são apenas alguns pontos que mostram a evolução da Libertadores e da organização do futebol na América do Sul nos últimos anos. O caminho ainda é longo, mas o potencial de crescimento é grande. Vamos aguardar os próximos capítulos dessa história.
Gabriel Argachoy é jornalista e repórter esportivo da TV Cultura.
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