Flamengo, o atual campeão do Campeonato Brasileiro, entra em campo com dois goleiros negros: Gabriel Batista e Hugo Souza, o Neneca.
Mas o quê isso tem de mais?
Em uma época que tanto se discute o racismo no esporte, não se pode deixar de fora o caso de goleiros negros no futebol. Durante muito tempo eles eram tidos como “não confiáveis” e que traziam “má sorte”.
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Isso começou na década de 1950, na final da Copa do Mundo entre Brasil e Uruguai no Maracanã. Com a derrota, o Brasil colocou a culpa no goleiro da seleção Moacyr Barbosa e criou estereótipo de que negro não podia ser goleiro. Afinal, “não lembra do Barbosa?”. O jogador carregou esse cargo até o fim da vida.
Nas décadas seguintes, outros goleiros negros também tiveram suas carreiras afetadas e descarrilhadas, como Veludo, que jogou pelo Fluminense e Jaguaré, que jogou pelo Vasco da Gama.
A seleção brasileira só voltou a ter outro goleiro negro como titular em na Copa do Mundo de 2006, com Dida. Antes disso, Dida participou das Copas de 1998 e 2002 como reserva.
Segundo levantamento feito pelo jornalista Paulo Guilherme, em pesquisa para o livro Goleiros – Heróis e Anti-Heróis da Camisa 1, em toda a história da seleção brasileira, dos 92 goleiros convocados, apenas 12 eram negros.
Por isso é tão importante que um dos maiores clubes e atual campeão brasileiro tenha dois goleiros negros.
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