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Cesar Greco/Palmeiras
Cesar Greco/Palmeiras

Na grande 'novela' da semana passada, envolvendo Flamengo, Palmeiras e CBF, um dos capítulos de maior destaque foi a divergência entre o elenco alviverde e o Sindicato de Atletas de São Paulo. Ainda na noite de quarta-feira (23), este emitiu uma nota oficial se posicionando contra a realização da partida entre cariocas e paulistas, mas acabou repudiado pelos próprios jogadores palmeirenses, que publicaram uma carta afirmando o desejo de entrar em campo.

Um dia após o empate em 1 a 1 no Allianz Parque, o presidente do sindicato, Rinaldo Martorelli, concedeu entrevista exclusiva à TV Cultura e apontou para uma possível "indução natural" dos atletas palestrinos por parte da diretoria.

“O Sindicato tem que ter a iniciativa da proteção da categoria. A gente não vai se intimidar, até porque o trabalhador é induzido, ainda mais trabalhadores jovens como os jogadores do Palmeiras. Não tem como, a tendência é essa. Deram a entender que a gente queria que o Flamengo levasse vantagem… Mas a gente sabe lidar com isso. Se a gente fosse esperar a autorização dos atletas, todas as conquistas que nós alcançamos não teriam acontecido. O atleta tem medo, é manipulado, tem a força do empregador acima dele. É natural. É continuar a fazer nosso trabalho, da forma como temos que fazer. A gente só espera que não haja nenhuma consequência de contaminação dos atletas do Palmeiras”, considerou Rinaldo, que chegou a ser goleiro do Palmeiras na época de jogador.

Na mesma nota, o Sindicato informou que procuraria a Justiça caso o jogo de domingo não fosse adiado. Mesmo com um Flamengo bastante desfalcado e cheio de garotos da base entre os titulares, a bola rolou normalmente. Desta forma, conforme informou Martorelli, o Sindicato aguarda um parecer completo de infectologistas para saber se entrará, ou não, com uma ação judicial pela paralisação do Campeonato Brasileiro.

“Quando soltamos a nota, falamos da necessidade de um parecer técnico. Nós não conseguimos nenhum infectologista que desse este parecer, porque a situação não era só relativa ao jogo Palmeiras x Flamengo. A análise precisava ser mais abrangente. Nós a solicitamos, mas os médicos não garantiram a entrega em tempo hábil, tanto é que não fizeram. Agora, a gente vai falar com eles para fazermos uma análise completa do protocolo e de todos os seus contrapontos. Diante do que temos visto, parece que a contaminação voltou. Nosso foco é a saúde dos atletas, não trabalhamos com aspectos políticos. Não temos nada a ver com o Flamengo. Continuaremos estudando a situação, ampliaremos a análise para, aí sim, com base em um parecer mais amplo, tomarmos uma posição do que fazer daqui pra frente”, contou.

Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas SP (Crédito: Divulgação/Sapesp)

Por fim, Martorelli comentou a possibilidade do Brasileirão ser interrompido caso a situação piore em geral. Segundo o presidente, os protocolos precisam ser revistos, em iniciativa que certamente não partirá da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Para ele, a entidade não tem arcado com suas devidas responsabilidades neste momento.

“Algumas questões foram levantadas, por vários médicos, inclusive por parte do cientista Miguel Nicolelis, de que o protocolo não é adequado e o campeonato deve ser paralisado. Mas temos um problema de origem, com o qual a gente já vem trabalhando há muito tempo. Os clubes estão com problemas financeiros muito sérios e estão querendo jogar a qualquer custo, para arrecadar e cumprir contratos. Lógico que não queremos a paralisação dos campeonatos. Mas precisamos rever os protocolos, coisa que a CBF não vai fazer. Ela não está preocupada, conduz o futebol brasileiro como se não fosse responsável por ele. E sem liderança, quando acontece uma situação dessa, fica todo mundo perdido. A gente está analisando como o futebol pode prosseguir, sem risco à saúde e à vida dos atletas. Se a conclusão for que não dá para prosseguir, em um caso extremo, trabalharemos para que o campeonato seja paralisado”, completou.