Fundação Padre Anchieta

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Criação antirracista. Essa é sem dúvida uma das maiores missões que pais e mães brasileiros precisam enfrentar para melhorar o país com que sonham para seus filhos. Não basta apenas dizer que não é racista nem preconceituoso, se você naturaliza o fato de não ter negros no seu convívio social e no da sua família. “Esse é o chamado racismo estrutural. Quando a gente não consegue enxergar as violências contra os negros no dia a dia porque naturalizamos”, afirma Mafoane Odara, psicóloga e ativista que participou do Encontros Digitais Cultura desta segunda, 13, mediado por Mariana Kotscho e Roberta Manreza, apresentadoras do “Papo de Mãe”.

Na companhia de Douglas Belchior, professor da Uneafro Brasil e cofundador da Coalizão Negra, Mafoane explica ainda que por mais que tenhamos consciência sobre a desigualdade não existe fórmula mágica que mude tudo de uma hora para a outra: “A desigualdade é muito complexa. A gente só enxerga a ponta do iceberg quando vê muito mais negros do que brancos sendo assassinados, a violência na rotina das escolas. Mas tem muitas camadas escondidas que precisam ser tratadas”.

“Por falar em escolas, hoje é um dia especial pra gente ter essa discussão, porque o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, completa 30 anos. O ambiente escolar é fundamental para a formação antirracista para que as crianças se respeitem. A escola deveria ser espaço de formação para a diversidade, mas a maioria não é. Nascer negro no Brasil logo de cara te coloca em uma condição mais difícil”, afirma Douglas, que reflete também sobre as origens de tudo isso, os séculos de escravidão que deixaram marcas profundas na sociedade, que até hoje se organiza para manter privilégios.

Sobre como dar o primeiro passo para a transformação dessa cultura dentro de casa, os especialistas garantem que antes de mais nada é preciso reconhecer essas desigualdades e não se contentar com ela. “Se você é de uma família branca, questione, faça isso nos espaços por onde passa. As crianças precisam partilhar dos espaços e conviver com pessoas negras”, finaliza Mafoane, que assim como Douglas deixam algumas dicas de livros e autores que tratam do tema, como o “Sou Linda Assim”, de Pamela Gaino (conta a história da infância de Mafoane). Eles citam vários autores, como o jurista e filósofo Silvio Almeida, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, e a filósofa brasileira Djamila Ribeiro.

A entrevista completa você encontra no canal do YouTube da TV Cultura:


Na próxima segunda (20) às 16h, tem mais um Encontros Digitais, dessa vez falando sobre “Violência Doméstica” com a presença da promotora de Justiça Valéria Scarance e da vice-presidente do Instituto Maria da Penha Regina Célia Barbosa.