O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações negou que a exoneração da cientista Lubia Vinhas, responsável pelo sistema de monitoramento de queimadas na Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), tenha sido causada pela divulgação de informações sobre o aumento no desmatamento.
A pasta afirma que a saída de Lubia do cargo faz parte da reestruturação do órgão. "Ela continua no INPE com uma outra função estratégia dada as características do currículo e conhecimento dela", disse o ministro Marcos Pontes sobre o caso.
A reestruturação reduz de 15 para 8 o número de áreas diretamente subordinadas ao comando do INPE. O atual diretor, Darcton Damião, está no cargo de forma interina há quase um ano e afirmou que nenhum setor vai ser extinto.
Em uma carta aberta divulgada na semana passada, técnicos dos órgão citaram que a reestruturação foi feita sem qualquer critério e apontaram a existência de uma estrutura paralela no órgão. Em resposta às críticas, Damião alegou que não existe estrutura paralela e apenas se reúne com os futuros membros para não "improvisar quando a estrutura estiver aprovada".
As mudanças ainda dependem de um decreto para entrar em vigou oficialmente. De acordo com Marcos Pontes, elas visam melhorar a gestão e a eficiência dos projetos.
O INPE vem sendo alvo de polêmicas desde o ano passado, quando o então diretor Ricardo Galvão foi demitido após entrar em atrito com o presidente Jair Bolsonaro por conta de dados no desmatamento da Amazônia. "Sempre houve uma tentativa de transformar o INPE em uma instituição de caráter mais militar", afirmou Galvão em entrevista ao Jornal da Tarde.
Em nota, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Carreira de Ciências e Tecnologias, que representa os trabalhadores do INPE, declarou que a reestruturação proposta altera funções, cargos e atribuições das coordenações técnicas e que, por essa razão, essas alterações deveriam ser feitas pelo próximo diretor do Instituto, e não pelo interino.
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