Fundação Padre Anchieta

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Se a pandemia da covid-19 está interferindo de alguma forma em todos os aspectos da vida, não poderia ser diferente com o hábito da leitura. É fácil perceber a ligação direta entre a crise que estamos atravessando e os temas dos livros mais vendidos.

Os best sellers de 2020 no Brasil podem ser agrupados em dois grandes grupos: os que tratam de temas relevantes para a sociedade atual e aqueles que ajudam o leitor a olhar para dentro de si, com o propósito de autoconhecimento e de rever a forma como pensa e se comporta.

São obras que parecem ter sido produzidas sob medida para quem está confinado em casa, sem deixar de acompanhar atentamente o que ocorre no Brasil e no mundo. Nem todas são recentes: algumas já tinham uma carreira de sucesso quando a pandemia começou, outras foram redescobertas por força das circunstâncias e ganharam reedições.

Para entender o mundo

No grupo dos livros que tratam da sociedade atual, o destaque vai para o Pequeno manual antirracista, lançado no final do ano passado pela filósofa e ativista Djamila Ribeiro.

Em 2020, além da crise da covid-19, o mundo foi sacudido por protestos contra o preconceito racial, motivados principalmente pelo assassinato de George Floyd por policiais nos Estados Unidos, no final de maio. Djamila trata do tema em um texto contundente, que convoca à ação individual para as mudanças necessárias.

Outra obra também lançada no ano passado e que se popularizou em 2020, ano de muitas polêmicas na área ambiental, é Ideias para adiar o fim do mundo, do líder indígena Ailton Krenak.

Pertencente à etnia que habita as margens do Rio Doce, devastado pelo acidente com a barragem da Vale em Brumadinho (MG), Krenak critica a ideia de superioridade dos homens sobre as demais espécies e a visão de que a humanidade é independente da natureza – ele afirma que ver um rio morrendo é como ver nosso avô morrendo.

Outra obra sobre um tema relevante da nossa época é Como as democracias morrem, lançado em 2018 pelos professores de Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblatt.

Na esteira da ascensão de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, a dupla de acadêmicos fez uma reflexão perturbadora sobre um fenômeno cíclico: a pressão permanente pelo rompimento com a democracia, algo que, ao longo da História, já tornou possível Hitler, Mussolini e as ditaduras militares na América Latina.

Para se conhecer melhor

Entre as obras que tratam de autoconhecimento, um dos destaques entre os mais vendidos é O poder do subconsciente, de Joseph Murphy.

Trata-se de um clássico, publicado em 1963, sobre o chamado “mentalismo”. O livro apresenta técnicas para superar adversidades e alcançar objetivos a partir de mudanças na forma de pensar, especialmente a remoção dos obstáculos impostos pelo subconsciente.

Numa linha semelhante, a psicóloga Carol Dweck, professora em Stanford e especialista em motivação, mostra em Mindset: a nova psicologia do sucesso como a atitude mental é crucial para alcançar objetivos. Lançado em 2006 e recentemente ampliado, o livro é em grande parte apoiado em pesquisas científicas sobre o funcionamento do cérebro.

Se a prioridade é tranquilizar os pensamentos em meio ao mundo conturbado que estamos vivendo, uma boa pedida é As coisas que você só vê quando desacelera, do mestre zen-budista sul-coreano Haemin Sunim.

Lançado em 2017, o livro é anterior à covid-19, mas muitas das pessoas que estão cumprindo a quarentena em casa certamente irão se identificar com as reflexões e os ensinamentos do autor.

Na mesma lógica de simplificar a vida está Essencialismo – A disciplinada busca por menos, de Greg Mckeown, lançado em 2014. A ideia central é de que não basta aproveitar bem o tempo para fazer muitas coisas, e sim fazer apenas as coisas realmente necessárias.

O autor reforça a importância de aprender a dizer “não”, chama a atenção sobre as tarefas que realizamos apenas para agradar aos outros e lembra que, se não assumirmos o controle do nosso tempo, outras pessoas e instituições acabarão fazendo isso por nós.

Para mudar o comportamento

Outro sucesso da quarentena é A coragem de ser imperfeito, de Brené Brown, que se notabilizou pelas palestras vistas por milhões de pessoas.

Lançado em 2012, o livro mostra a importância de encarar de frente o receio de não ser suficientemente bom, tanto na vida pessoal quanto profissional, e de lidar com emoções como medo e decepção, que certamente estão afloradas durante a pandemia.

Além de coragem, outro atributo que está sendo muito requisitado neste momento é a criatividade. Não por acaso, a obra que é considerada uma “bíblia” nesse tema, O caminho do artista, de Julia Cameron, lançada em 1992, emergiu como uma das principais influências durante a quarentena.

Trata-se de um programa de 12 semanas, composto por reflexões e exercícios, para despertar a criatividade. Entre as tarefas propostas pela autora estão a prática frequente de algum tipo de expressão artística e a escrita de três páginas por dia, com pensamentos soltos, gerados pela livre associação de ideias.

Por fim, se você está precisando estabelecer mais ordem em casa e deseja conquistar a adesão da família para as tarefas domésticas, uma boa ajuda por vir de Arrume a sua cama, do almirante William McRaven.

São lições que ele aprendeu ao longo da carreira na marinha dos Estados Unidos e compartilhou num discurso para universitários. O texto viralizou na internet e foi transformado em livro, lançado em 2017.