Fundação Padre Anchieta

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Setembro pode ser um divisor de águas entre a vida na quarentena e aquilo que se convencionou chamar de novo normal. Primeiro, porque pode ser o mês de retomada das aulas presenciais no Estado de São Paulo. Em segundo, porque muitas empresas planejam dar início à volta ao trabalho presencial a partir deste mês. Mas a certeza de quando acontecerá mesmo esse retorno depende muito da evolução do controle dos casos de coronavírus no país.

Todo mundo volta em setembro? Não é isso. A maioria das empresas não fixou uma data exata de retorno, até porque a maioria não sabe quando isso acontecerá. Mas grandes companhias já colocaram setembro como um mês de referência para o retorno ao trabalho presencial. Esse é o caso do Itaú, que manterá os colaboradores da sua sede em trabalho remoto até 1º de setembro. “Essa data não estabelece o retorno automático dos colaboradores ao trabalho presencial. É um prazo estabelecido apenas para fazermos uma nova avaliação e planejamento, considerando os desdobramentos da pandemia”, diz o Itaú.

Na Ambev, o retorno acontecerá em três etapas, sendo que a primeira aconteceu neste mês, com a volta de 20% dos colaboradores. O retorno de 100% dos funcionários deve ocorrer apenas em meados de setembro.

Na Nestlé, os funcionários voltam ao trabalho presencial a partir do dia 27 deste mês, com um sistema de revezamento dos times. No GPA, o retorno já começou de forma limitada – a volta total ainda está sendo analisada pelo time de Recursos Humanos.

Mas por que setembro virou referência? Thomaz Menezes, presidente da It’sSeg, diz que a data coincide com a expectativa do fim da quarentena em São Paulo (prevista para 30 de julho) e um prazo adicional de 15 a 20 dias para empresas e pessoas se adequarem aos novos padrões de segurança que precisarão ser seguidos.

Também pesa o fato de que os funcionários ainda se sentem muito inseguros para voltar antes. Mesmo empresas que já têm autorização para retomar as atividades presencialmente estão preferindo esperar mais tempo. “Descobrimos que nossos colaboradores, principalmente os que dependem de transporte público, ainda estão com muito medo de voltar à empresa”, diz Lucia Neves, gerente de RH da Adecco.

Teve empresa que desistiu de voltar? Sim. A Adecco deu um passo atrás em seu plano de retorno ao trabalho presencial quando percebeu que havia muita insegurança entre os trabalhadores e que o home office não tinha atrapalhado em nada a empresa. “Nosso plano inicial era voltar com 20% dos funcionários. Aí fizemos um dossiê para ver quem poderia voltar: pessoas sem filhos, solteiras, fora do grupo de risco e as que se voluntariassem. É difícil pedir para as pessoas voltarem, pois mesmo essas pessoas moram com pais, avós e também têm medo de se expor”, afirma a gerente.

Segundo ela, tirar do calendário uma data de retorno trouxe alívio para os colaboradores. “Tivemos relatos de funcionários dizendo que tiramos um peso deles, pois estavam com medo de voltar.”

Por que várias empresas não marcaram uma data de retorno? Pesquisa da Mercer mostra que a maioria das companhias não sabe quando acontecerá a volta do trabalho presencial. Em muitos casos, esse retorno nem acontecerá. É que as empresas perceberam as vantagens do home office e pretendem oferecer a possibilidade de o funcionário escolher se quer trabalhar de casa ou voltar para o escritório.

“Quando voltarem, se voltarem, as empresas devem optar por um retorno em ondas. Aqui, o plano é que retornem 20% do quadro em um primeiro momento. O plano, se tudo correr bem, é ter 50% da população do escritório de volta até o fim do ano”, afirma Menezes.

E os outros 50%? Esses 50% terão a possibilidade de trabalhar de casa por até três dias da semana. “Ter 100% do quadro no escritório, isso nunca mais”, afirma o presidente da It’sSeg.

E como vai ser esse retorno? Menezes diz que as pessoas precisam ter bem claro que elas não retornarão para a velha vida que tinham antes de ir para casa. “Elas voltarão para uma nova vida em que terão de usar máscara no ambiente de trabalho, não poderão sair em grandes grupos para almoçar juntas, precisarão seguir uma série de protocolos de segurança”, diz Menezes.

Na Ambev, pelo menos por enquanto, só poderão realizar as refeições dentro da unidade. Ou seja, nada de saidinha para almoçar.

Kits de boas vindas – A Adecco e a It’sSeg prepararam kits de boas vindas para receber seus funcionários. Em comum, eles contam com álcool em gel e máscaras de proteção. “Cabe ao RH construir essa conscientização entre os colaboradores. Ao receber o kit, o funcionário já assina um termo de que está ciente que deve seguir os protocolos de segurança e saúde”, diz Menezes.

Mesmo sem data para voltar ao trabalho presencial, a Adecco já preparou toda a comunicação do escritório sobre as novas medidas de segurança. “Identificamos as cadeiras para que os funcionários saibam em quais podem se sentar, o plano é manter o distanciamento entre as pessoas no escritório”, afirma Lucia.

Materiais de uso compartilhado, como impressora, grampeador e interfone receberão identificações sobre higienização após o uso.

E quem não voltar? Para o presidente da Its’Seg, uma coisa é fazer home office no meio da crise. Outra é em um período de normalidade. “As pessoas aceitam tudo na crise, aceitam uma mesa ruim, uma cadeira inadequada, uma internet lenta.”

Mas a perspectiva de home office permanente pode mudar esse nível de aceitação em um cenário de normalidade, segundo ele. “Muda a cabeça, a pessoa passa a reivindicar condições melhores de trabalho em casa, como boa mesa e boa cadeira. As empresas precisam ficar atentas.”

Um problema de quem optar pelo home office permanente, diz Menezes, é a perda da cultura da empresa. “A perda do contato social pode levar à perda da cultura, que é o DNA da companhia. É preciso pensar em uma estratégia de manter o engajamento dos funcionários mesmo a distância.”

Aviso na sala da It’sSeg avisa que sala de reunião não pode ser usada
Crédito: Divulgação