Produto símbolo do combate ao novo coronavírus em todo o mundo, o álcool em gel pode ser um perigo dentro de casa.

Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, desde 20 de março, 445 pessoas de 19 estados foram internadas com queimaduras relacionadas ao produto na forma gel ou líquida, em concentração de 70%.

Os mais vulneráveis são as crianças. Em Campinas, o menino Bento Smirelli, de apenas 5 anos, não perdeu a visão por pouco. Ele passou álcool em gel nos olhos e teve que ser sedado para a limpeza da córnea e chegou a ficar internado.

"A córnea é um dos tecidos mais enervados do nosso corpo. Então, se tira essa camada epitelial, que é superficial, forma-se uma úlcera. É altamente doloroso e pode ser uma porta de uma infecção ocular mais grave", explica o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto sobre os riscos do contato da substância com os olhos.

Antes da pandemia, não existiam números oficiais de acidentes domésticos envolvendo exclusivamente álcool em gel. Desde 2002, a venda do produto em embalagens com 1 litro ou mais era proibida. A mudança veio com a situação causada pelo novo coronavírus.

De acordo com Leôncio Queiroz Neto, dentro de casa é importante que a higienização das mãos com sabão seja mantida, e que o uso do álcool em gel seja reservado para ambientes externos.