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Pedro França
Pedro França

Na última terça-feira (28), o procurador-geral da República, Augusto Aras, participou do debate virtual “Os Desafios da PGR em Tempos de Pandemia", onde afirmou que “agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure”. Ele defende que a Lava Jato seja substituída por outro instrumento para o combate da criminalidade pelo Ministério Público.

“Agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure. Mas a correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção. Contrariamente a isso, o que nós temos aqui na casa é o pensamento de buscar fortalecer a investigação científica e, acima de tudo, visando respeitar direitos e garantias fundamentais", disse ele.

Aras ainda afirmou que 50 mil processos “invisíveis” da Lava-Jato serão apurados:"Não podemos aceitar processos escondidos da Corregedoria. Temos 50 mil documentos invisíveis. E a corregedoria vai apurar os responsáveis por isso. Na multidão, perderam-se processos, metodologia que atenta contra publicidade", afirmou.

O procurador-geral advertiu também que a força-tarefa do Paraná tem 300 terabytes em informações, contra 40 terabytes de todo o Ministério Público Federal, além de 38 mil pessoas investigadas e sem critérios: "Estamos falando da transparência. Todo o MPF, no seu sistema único, tem 40 terabytes. Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados. Ninguém sabe como foram escolhidos, quais os critérios, e não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos", disse.

Ele ainda acusou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba de ter uma "caixa de segredos” e que a meta da sua gestão é “abrir essa instituição para que jamais se possa dizer que essa instituição tenha caixas-pretas. Lista tríplice fraudável nunca mais”.

Aras defendeu que seja criada uma unidade no Ministério Público para evitar que as informações de investigações sejam utilizadas para chantagem: "Mas que todo o Ministério Público possa, de forma fundamenta, de forma devidamente instruída, justifique para o que quer saber da vida alheia, para que isso não sirva de bisbilhotice, isso não sirva de chantagem, isso não sirva de distorção, isso não sirva de nenhum propósito anti republicano. É por isso que nós temos que ter um Ministério Público dotado de unidade. E mais do que unidade, que essa unidade seja transparente, guardado o sigilo natural que certas investigações, certos processos exigem".

O procurador Roberson Pozzobon, integrante da força-tarefa em Curitiba, criticou a declaração de Aras em seu perfil oficial no Twitter: “ A transparência faltou mesmo no processo de escolha do PGR pelo presidente Bolsonaro. O transparente processo de escolha a partir de lista tríplice, votada, precedida de apresentação de propostas e debates dos candidatos, que ficou de lado, fez e faz falta”.

O ex-ministro de Justiça Sérgio Moro também rebateu Aras em seu perfil oficial no Twitter: "Desconheço segredos ilícitos no âmbito da Lava Jato. Ao contrário, a Operação sempre foi transparente e teve suas decisões confirmadas pelos tribunais de segunda instância e também pelas Cortes superiores, como STJ e STF".


O atrito entre o Aras e as forças-tarefas começou depois que a chefe da Lava Jato na PGR, Lindôra Araújo, se dirigiu à força-tarefa de Curitiba para conseguir acesso à dados sigilosos de investigações. O compartilhamento das informações foi autorizado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli, que ainda determinou que as forças-tarefas da Lava Jato no Rio de Janeiro e em São Paulo também entregassem às PGR os dados de investigações.