A prefeitura de São Paulo implementou um programa de testagem de imunidade à Covid-19 para alunos da rede municipal. A medida vai orientar a cidade na decisão de retomar ou não as aulas presenciais.

O programa deve sortear para os testes 24 mil estudantes de 4 a 11 anos, alunos da pré-escola e fases 1 e 2 do ensino fundamental, dos 96 distritos da capital. A testagem é realizada por profissionais de saúde das 472 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade.

De acordo com o secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido, a medida é fundamental para que o município planeje a retomada das aulas presenciais. "Não é fácil voltar a um segmento que mobiliza mais de 2,2 milhões de pessoas sem a que a vigilância sanitária do município tenha muita segurança nessa volta", afirma.

Especialistas alertam, entretanto, que os testes sorológicos não são garantia de segurança, pois podem dar falso positivo ou falso negativo. "Mais do que testagem, a gente precisa ter um planejamento junto às escolas públicas e privadas no sentido de reorganizar espaços, orientação em relação a transporte escolar, o que fazer na hora do intervalo, se isso vai ser escalonado ou não", afirma Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia. "O retorno deve ser gradual, não deve ser obrigatório, não é um retorno para dar uma carga grande de atividades teóricas nem reprovar. Mas ele deve ser planejado de forma até a gente vislumbrar o que poderá ser feito em 2021", completa.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta (5) o projeto de lei com regras para a volta às aulas na rede municipal. A proposta, que aguarda sanção do prefeito, Bruno Covas, não estabelece data para o retorno e permite que os pais decidam se as crianças devem ou não retornar à escola.