Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Reprodução/ YouTube
Reprodução/ YouTube

O mundo inteiro acordou com boas notícias nesta terça-feira (11). A primeira vacina contra o novo coronavírus foi registrada pela Rússia, que nomeou o imunizante de 'Sputnik V'. Apesar da exaltação, diversos especialistas demonstraram preocupação com a segurança da vacina, entre eles, o biólogo Atila Iamarino, conhecido desde o início da pandemia por fazer análises científicas do andamento da Covid-19 no Brasil.

No dia 31 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um pronunciamento sobre as vacinas contra a doença que estão em desenvolvimento no mundo. A vacina russa ainda estava na fase 1 de testagem, e são necessárias 3 etapas para comprovar a imunização. A falta de transparência e a rapidez com que os testes avançaram foram os principais fatores que deixaram os cientistas inseguros.

No Twitter, Iamarino deu sua opinião sobre o registro da vacina e alertou os seguidores sobre a segurança do imunizante. 

"Sobre a '1a vacina contra COVID', a vacina russa Sputnik V: adorei o nome, mas não tem resultado, o tempo não bate e ela não segue boas práticas. Não é registrada, não publicaram artigos ou testes, nem mostraram que é segura", afirmou. "Já é muito difícil acreditar em um teste que não faz parte desse registro e não compartilha dados assim. Pior ainda quando falam que conseguem fazer mais rápido do que o mundo inteiro, quando o limitante tem sido nosso sistema imune e não a vontade."

Segundo o biólogo, o período entre final de julho - momento em que a vacina russa apresentava-se na fase 1 - até o dia de hoje é um intervalo de tempo muito curto pra que os laboratórios conseguissem concluir as três fases com segurança. Além disso, Iamarino afirmou que os testes da 'Sputnik V' não foram acompanhados por portais que seguem o processo de testagem das vacinas e nem teve os seus resultados divulgados. 

"Não é desconfiança com a capacidade de produção, que eles devem ter. É falta de confiança em uma situação onde não tem resultado nenhum compartilhado. Tem tanta documentação e transparência faltando, que não dá pra falar nada sobre ela."

Para o biólogo, a maior preocupação é com os possíveis efeitos da vacina para a saúde da população. Esses efeitos ainda são um mistério, já que, em muitos casos de imunização, milhões de pessoas são vacinadas antes que seja descoberta alguma adversidade. 

"Essa ou qualquer outra vacina que for anunciada ainda vai ter que passar por mais etapas de testes antes de aparecer pra todo mundo. Não se vacina 1 bilhão de pessoas sem saber qual a chance de efeitos adversos e quais efeitos com muita confiança", explicou.

Apesar de não demonstrar entusiasmo com o imunizante russo, Iamarino afirmou que, caso seja comprovado que os testes feitos foram seguros, a 'Sputnik V' pode, inclusive, ser testada aqui no Brasil, o segundo país com mais casos de Covid-19 no mundo. 

Em março, o biólogo falou sobre o novo coronavírus no programa Roda Viva. Confira: