Fundação Padre Anchieta

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Rádio

Nas férias de julho deste ano, a professora Laura Luchini, de Campinas, incluiu pelo menos três novos itens na hora de fazer as malas: máscaras, álcool em gel e ração de cachorro.

Assim como muita gente, ela adotou um cachorrinho, o vira-latas Duque, durante a pandemia. “Tenho duas filhas, uma de cinco e outra de três, o cachorro ajudou a entreter a dupla nos dias de quarentena e elas aprendem muito tendo que cuidar dele e vendo-o crescer”, afirma Laura.

Mas e na hora de viajar? “Foi tranquilo: andamos de carro antes e ele adora, dorme o tempo todo. Então na estrada foi fácil. Fizemos paradas para ele fazer xixi e tomar água.”

Em Ubatuba (litoral norte de São Paulo), para onde foram, Duque até aprendeu a surfar e andar de barco. Foi um sucesso.

Muitos cães e gatos, nessa pandemia, tiveram sorte parecida com a de Duque e foram adotados. Segundo o Instituto Pet Brasil, entidade criada para estimular o desenvolvimento do setor de produtos e serviços para animais de estimação, houve um aumento de 50% no número de adoções de janeiro a marco, em relação ao mesmo período de 2019, no Sudeste do país, a região mais “pet-populosa”. No segundo trimestre, ainda que os números não estejam consolidados, a tendência continuou.

Bichos voadores

Esses novos membros da família não querem ficar para trás na hora de dar uma viajada. Prova disso foi o aumento de passageiros voando com pets que a companhia aérea Gol registrou: em agosto, foram transportados 4.167 animais, um crescimento de 18% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

Em nota, a empresa disse que “está com procedimentos de limpeza e higienização ainda mais reforçados, padrões de distanciamento nas filas de check-in e embarque, uso obrigatório de máscaras e álcool em gel nas aeronaves, além do filtro de ar hepa, que captura e devolve ar puro a cada três minutos na cabine e é capaz de subtrair do ar 99,97% de partículas como poeira, vírus e bactérias.”

Mas como fazer para viajar com cães ou gatos?

A primeira coisa é planejar o destino. “Se seu cachorro tem muita energia, é grande, a melhor coisa é ir para algum lugar onde ele possa correr e brincar livremente”, diz Cris Berger, dona do site Guia Pet Friendly, que lista hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos que aceitam animais em várias cidades do Brasil e exterior. “Ir para um destino e deixar esse cachorro trancado no quarto do hotel, nunca vai dar certo. Ele vai destruir tudo”, explica a especialista.

Por isso, segundo ela, a dica número um é conhecer bem o comportamento do seu animal e suas ansiedades e, com base nisso, definir um destino que combine com ele. “Muita gente não sabe ter cachorro. Por isso, os tutores cometem muitas gafes”, diz ela, que está lançando um curso online para educar, não só os pets, mas também os donos. Uma delas, por exemplo, é esquecer de levar um potinho d’água quando for a um restaurante ou para uma viagem de carro. “Muitos locais não estão ainda preparados para os cães. Então é bom ir prevenido.”

No carro

A dica de Cris, para viagens de carro, também vale aqui: conheça o comportamento do seu pet. Por isso, o veterinário Felipe Carvalho, aconselha a fazer um teste drive com o bicho para saber se ele gosta ou não de andar de carro. “Alguns animais adoram, outros ficam com cinetose, o enjoo por movimento. Nesse caso, vai ser preciso administrar um medicamento”, afirma.

No caso dos gatos, Carvalho explica que eles são muito sensíveis e por isso estranham o excesso de estímulos sensoriais que o carro provoca. Nesse caso, um spray de feromônio felino, no carro e na caixa de transporte acalmam bem o bichano.

Veterinário

Por isso, depois do teste drive com o pet, uma consulta com o veterinário é fundamental. Não só para definir sobre a administração – ou não – de medicamentos, mas para deixar a carteira de vacinação em dia – documento que você vai precisar levar. Também consulte sobre antipulgas e remédios preventivos contra carrapatos e mosquitos. Muitas regiões, como o interior de São Paulo, são áreas de contaminação da febre maculosa, que é fatal para muitos pets.

Ainda no carro, você vai decidir, com base no comportamento do seu cão, o que é melhor para ele: ir numa caixa de transporte ou amarrado com um cinto de segurança para cães (é uma cinta que fica presa na estrutura do banco do automóvel).

Se for gato, vale a caixa de transporte ou o saquinho de gato, feito de tecido furadinho e que deixa a cabeça do bichinho para fora. Eles costumam ficar bem calmos nessa bolsinha especial. Veja qual se adapta melhor ao seu gato.

“Mas de jeito nenhum o bicho pode ir solto no carro”, explica o veterinário. Além de ser perigosíssimo, isso dá multa. O código de trânsito diz:

  • Art. 169 – É proibido conduzir o veículo sem atenção. Um animal solto dentro do carro pode causar distrações. Multa e três pontos na carteira.
  • Art. 235 – Infração grave para quem conduzir animais nas partes externas do veículo. Multa e 5 pontos. Bicho com a cabeça para fora do carro se enquadra aqui.
  • Art. 252 – Diz respeito ao transporte de animais à esquerda ou entre braços e pernas. Não se pode transportar o pet no colo. Multa e quatro pontos na carteira.

No avião

Você pode, geralmente, levar animais no avião dentro da cabine, com você, desde que ele tenha menos de dez quilos. Esse limite de peso varia conforme a companhia. Algumas definem o limite em cinco quilos. Em todas, você vai precisar de uma caixa de transporte, preferencialmente maleável, de tecido – não as de plástico, duras. O importante é checar antes de comprar a passagem as condições de cada empresa.

As aéreas exigem a documentação de vacinas e um atestado de saúde do animal. “Com esse atestado, o tutor vai ter que conseguir uma Guia de Trânsito Animal, a GTA”, explica Carvalho.

Para isso, basta entrar em no site da secretaria de agricultura do seu estado ou em http://sidagro.seagri.df.gov.br/sidagroprodutor/login.jsf . Também vale procurar o departamento de Vigilância Agropecuária (Vigiagro), no aeroporto.

O GTA é gratuito. Mas as aéreas cobram de R$ 200 a R$ 300 para levar o bicho com você na cabine em trechos nacionais. Animais maiores, que vão no compartimento para animais, pagam conforme o peso.

Identificação

Seja no carro ou no avião, o bicho precisa ter uma identificação, com o telefone do dono. Prefira colocar essa informação em uma coleira que não se arrebente no caso de um acidente. Muita gente perde seu pet na estrada, em caso de colisões, porque a identificação se arrebenta na batida. Aí o pet fica vagando sem ter como ser devolvido, caso seja resgatado.

Hospedagem

O número de hotéis que aceitam animais aumenta a cada dia. A maioria cobra uma taxa extra. Sites como o Guia Pet Friendly, lista vários. Mas uma boa pedida são os sites de hospedagem compartilhada, como o Airbnb e o Diáspora Black. Normalmente, essas hospedagens não cobram nada a mais para receber os peludos. “Nessa fase da pandemia, tivemos uma alta nas locações de sítios e chácaras e muitos viajantes optam pelas acomodações pet friendly”, diz Carlos Humberto, fundador do Diáspora Black.

Em Caraíva, na Bahia, por exemplo, o jornalista Fred Melo Paiva, aluga por temporada pelo Airbnb uma casa, um estúdio e um bangalô. “Até prefiro os hóspedes que vêm com cachorro porque parto da premissa que quem gosta de bicho é gente boa”, conta ele, que nunca teve problema com os hóspedes de quatro patas. “Principalmente agora, na pandemia, acredito que a procura por hospedagens junto com pets tem aumentado”, diz ele.
Seja em hotel ou em casa de temporada, é importante levar caminha, caixa de areia (para gatos) e potinhos para comida e água se o anfitrião não providenciar esses apetrechos. E não esqueça de levar a ração!