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As políticas do Magazine Luiza para reduzir a desigualdade entre brancos e negros em cargos de liderança não vão parar no programa de trainee. A varejista também vai criar política de desenvolvimento para funcionários negros que já fazem parte do corpo de colaboradores.

Hoje, 53% dos funcionários do Magalu são negros. Mas só 16% ocupam cargos de liderança. Patricia Pugas, diretora de gestão de pessoas do Magazine Luiza, diz que seria um absurdo para uma empresa que prega a diversidade ignorar essa distorção.

Segundo ela, esse tipo de ação afirmativa corrige uma distorção interna que não é benéfica ao negócio. “Somos uma empresa, não somos uma ONG.

Abaixo, entrevista da executiva para o 6 Minutos:

De onde surgiu a ideia de abrir um programa de trainee apenas para negros? No final de 2019, fizemos uma pesquisa profunda sobre diversidade e inclusão com todos os  colaboradores da companhia. Não foi um censo, mas ouvimos um número significativo de funcionários e isso nos permitiu estimar que 53% do nosso quadro é negro. Mas apenas 16% desses profissionais são líderes.

Para o Magalu, uma empresa que prega o valor estratégico da diversidade para o negócio, seria um absurdo ignorar o problema. O programa de trainee é apenas uma das iniciativas de um programa de diversidade e inclusão que estamos intensificando para resolver essa baixa representatividade de negros na nossa liderança.

Qual será o próximo passo? Como esses trainees se tornarão lideranças? É sabido que o programa de trainee no Magalu é um canal de entrada com um status diferente. É por meio dele que alçamos, de forma mais acelerada, jovens profissionais talentosos a cargos de liderança. Não será diferente com esse grupo de profissionais. Eles passarão por uma imersão profunda em todas as áreas da companhia, serão monitorados pela liderança — que está sendo preparada para selecioná-los e acompanhá-los de perto ao longo do processo — e submetidos a uma carga intensa de treinamentos. Também ofereceremos curso de inglês. Na seleção, eliminamos o teste da língua porque acreditamos que trata-se de uma competência que pode ser adquirida depois.

Os negros continuarão sendo o público prioritário dos próximos programas de trainee? Por ora, todos os nossos esforços estão centrados em fazer essa edição do programa de trainee ser muito bem-sucedida, como foram todas as anteriores.

A empresa já programa algum tipo de mentoria ou ação de desenvolvimento para os funcionários negros que já integram o quadro de colaboradores? O programa de trainees para negros é apenas uma das iniciativas de um programa de diversidade e inclusão que estamos intensificando para resolver essa baixa representatividade de negros na nossa liderança, além de outras questões relacionadas ao tema. Estamos cientes de que precisamos alçar mais colaboradores negros que já estão na empresa a postos de liderança.

Para isso, fortalecemos medidas e processos já em curso na empresa. O nosso recrutamento interno, por exemplo, já é bem efetivo. Hoje, preenchemos mais de 80% das nossas vagas de liderança com profissionais da própria companhia, e para isso realizamos sólidos programas internos de desenvolvimento, além de custear para nossos colaboradores, na sua maioria negros, bolsa de estudo para quem quer que solicite sem crivo de curso, exatamente para que esses colaboradores estejam preparados para ocupar essas posições.

Como a empresa vê as críticas externas que enxergam na iniciativa uma espécie de racismo às avessas? Sabíamos que essa nossa ação afirmativa iria desencadear um debate. A iniciativa é inédita e somos uma empresa grande, com uma marca de muita visibilidade. Usamos a Lu, nossa influenciadora virtual, e um artigo do nosso CEO, Frederico Trajano, para nos manifestarmos nas redes, de forma contundente e transparente, sobre a legalidade do programa e a nossa intenção ao levá-lo adiante: atacar a baixa representatividade negra em nossa liderança. Somos uma empresa e não uma ONG. Trata-de uma decisão de negócio para corrigir uma distorção interna que não é benéfica ao negócio.

Há o temor de que as ameaças de boicote se concretizem? O Magalu tem um propósito e está muito seguro quanto a legalidade da iniciativa e os benefícios