A investigação da Polícia Federal aponta que os incêndios no Pantanal começaram em quatro grandes fazendas no município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A principal suspeita é que os incêndios foram provocados para transformar vegetação em pastagem.

Segundo o inquérito, os focos de incêndio tiveram início no dia 30 de junho, quase na mesma hora, em quatro fazendas localizadas na região oeste do Rio Paraguai. A partir de imagens de satélite da NASA, a agência espacial americana, e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os peritos da PF encontraram vestígios que indicariam a ação humana nas queimadas nas propriedades rurais.

A Polícia também colheu na região depoimentos de trabalhadores das fazendas e de moradores que, segundo investigadores, dificultam a defesa dos fazendeiros.

O pantanal registrou nos últimos 23 dias 6.048 focos de incêndio, um recorde desde que a medição começou a ser feita pelo INPE em 1998. No ano passado, durante todo o mês de setembro, foram pouco contabilizados 2.887 focos. No acumulado do ano, já são 16.201 focos, aumento de 178% na comparação com o mesmo período de 2019.

Segundo o Laboratório de aplicações de Satélites Ambientais, da UFRJ, nos 20 primeiros dias de setembro os incêndios destruíram mais de 3,1 milhões de hectares do Pantanal, o que equivale a 22% do bioma.