O Dia Mundial da Alimentação e da Luta Contra a Fome acontece nesta sexta-feira (16). Em um país que alimenta 1 bilhão de pessoas em todo mundo, cerca de 10 milhões de pessoas passam fome, de acordo com dados de pesquisa do IBGE, em 2018, sobre a realidade brasileira.
"Hoje, a gente está em um momento de uma crise social, econômica e sanitária, então com certeza o índice de fome está maior do que 2018. A gente não tem dados concretos ainda, mas a gente já pode afirmar que o Brasil voltou para o Mapa da Fome porque, pela determinação da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), esse índice já está maior", explica a historiadora Adriana Salay.
Apesar da grande produção agrícola no Brasil, que é exportada para diversos países em todo o globo, a distribuição de alimentos dentro do território é problemática. "A fome é fruto da desigualdade social. É o acesso ao alimento que vai determinar ou não uma família estar em uma situação de fome. Essa desigualdade não permite que essas famílias tenham acesso a uma alimentação adequada e saudável", comenta Adriana.
Para Adriana, a solução para o problema da fome não é uma responsabilidade exclusiva do poder público. "Chegou o momento da sociedade civil se organizar, inclusive para cobrar o poder público. [O setor privado] precisa atuar também. Para o setor privado, também é vantagem que a sociedade esteja bem alimentada".
Surgida a partir de observações sobre a questão, a campanha Gente É Para Brilhar conta com mais de 100 grupos de atuação nacional e internacional para promover mudanças como a reforma agrária e a distribuição de alimentos. "A gente precisa falar do que está acontecendo e fortalecer esses grupos que estão atuando e cumprindo o papel que o Estado deveria estar cumprindo de mitigar um pouco a crise que está instalada nesse momento", completa a historiadora.
Assista à entrevista completa com Adriana Salay para o Jornal da Tarde:
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