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Os cinemas brasileiros movimentaram no fim de semana passado cerca de R$ 1,2 milhão – foi a primeira vez que a bilheteria bateu sete dígitos no país desde março, quando as salas foram fechadas por causa da pandemia de coronavírus.

O Dia das Crianças e a reabertura dos cinemas no Estado de São Paulo contribuíram para o aumento na bilheteria, que considera o público de cinemas e drive-in entre 8 e 12 de outubro, segundo levantamento da ComScore.

A arrecadação, no entanto, não chega aos pés da registrada em fevereiro, que contava com uma média semanal de R$ 20 milhões – cifra expressiva para a bilheteria mundial de um filme.

Ainda que esperada, a queda na arrecadação dos filmes questiona o futuro das bilheterias no pós-pandemia. Mesmo nos Estados Unidos, onde as salas de cinema abriram no final de agosto, a bilheteria de filmes ainda não restabeleceu o antigo ritmo.

A superprodução Tenet, de Christopher Nolan, que estreou em 4 de setembro, arrecadou cerca de US$ 20,2 milhões em seu primeiro final semana em cartaz, menos da metade que Dunkirk, penúltimo filme do diretor, cuja arrecadação nos três primeiros dias em cartaz foi de pouco mais de US$ 50 milhões.

Neste cenário, estúdios têm procurado outras formas de lucrar com os filmes. A Disney, por exemplo, optou por lançar “Mulan”, sua grande aposta do ano, direto na plataforma de streaming Disney+. Dados da Bloomberg sugerem que a alternativa foi bem-sucedida – mas será o suficiente para suprir os lucros com bilheteria?

Como é calculada a bilheteria de um filme?

O professor André Gatti, do curso de Cinema da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), explica que existem duas formas de calcular a bilheteria de um filme: receita e público. “Cada filme tem uma estratégia de mercado. Produções blockbuster tendem a render mais porque são pensadas para serem assistidas em salas 3D, cujo ingresso é mais caro. Na hora de compor a bilheteria, todos os tipos de sala têm o mesmo peso.”

Outra forma de calcular a bilheteria do filme – mais democrática – é o público: uma soma simples de quantas pessoas compraram um ingresso para assistir à produção nos cinemas. “Uma boa bilheteria também chama o público para o filme”, pontua o professor.

Segundo Gatti, as duas primeiras semanas de exibição de um filme costumavam pagar o custo total da produção. “Vingadores: Ultimato”, a maior bilheteria de todos os tempos, por exemplo, teve um investimento de US$ 356 milhões, e já na primeira semana, arrecadou cerca de US$ 357 milhões.

Já “Os Novos Mutantes”, que estreou na última semana de agosto nos Estados Unidos e ainda não chegou ao Brasil, não pagou o orçamento de US$ 80 milhões depois de um mês e meio em cartaz. A compra do filme pela plataforma de streaming HBO Max, no entanto, contribuiu para que o estúdio  ao menos não ficasse no vermelho.

Visualizações e aluguéis em plataformas de streaming são bilheteria?

“Não – por hora”, pontua Gatti. As plataformas de streaming, no entanto, estão tentando entrar para essa conta. O professor fala em uma “hibridização” da receita do filme, que considerará tanto a venda de ingressos, quanto dos direitos de exibição de um filme para o streaming – quer entre na conta da bilheteria, ou não.

“O streaming já é parte importante do lucro de um filme, tanto que as janelas de exibição – tempo em que um filme fica em cartaz nos cinemas – estão cada vez menores”. No entanto, Gatti acredita que os filmes lançados na internet durante a pandemia de coronavírus possam ser relançando nos cinemas posteriormente, quando for seguro, mais por conta das distribuidoras, que retêm a maior parte do valor do ingresso, o que também contribuirá para a bilheteria do filme.

Exibições em cinemas drive-in são consideradas como bilheteria?

Sim, os ingressos comprados para assistir a filmes em drive-in entram na conta da bilheteria. “Inclusive, no Brasil, algumas produtoras estão tentando usar o drive-in para cumprir a cláusula da Ancine que obriga um filme brasileira a ter sido exibido nos cinemas antes de partir para uma plataforma de streaming”, comenta o professor.

Ascenção da China

Neste cenário, a China aparece como um “bote salva vidas” às bilheterias de grandes produções de Hollywood. No país, as salas de cinema foram reabertas em julho.

“Mulan”, por exemplo, arrecadou cerca de US$ 40 milhões na China – US$ 10 milhões a mais do que o valor oferecido pela Disney+ para comprar o filme da produtora, US$ 30 milhões.

“Hoje, a China tem o mesmo número de salas de cinema que os Estados Unidos”, diz André Gatti. “Proporcionalmente, são menos salas por pessoa, mas se cada habitante da China for apenas mais uma vez ao cinema do que o de costume, eles ultrapassaram o público e a receita que os filmes fazem nos Estados Unidos.”

A bilheteria de “Tenet” na China também foi mais alta que no final de semana de abertura nos Estados Unidos: US$ 53,6 milhões, quase tanto quanto “Dunkirk”.