Fundação Padre Anchieta

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O primeiro turno das eleições municipais, no próximo domingo (15), será também no Dia Mundial dos Pobres. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Banco Mundial, o Brasil é o 9° país mais desigual do mundo, mas será que as propostas de campanha incluem quem não tem os direitos básicos?

Mais de 13 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza extrema, ou seja, sobrevivem com até R$ 150 por mês, ainda de acordo com o IBGE e o Banco Mundial. O grupo que ganha um pouco mais, até R$ 436 por mês, é formado por 50 milhões de pessoas. Mesmo assim, o valor não corresponde nem à metade de um salário mínimo

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Além da renda das pessoas, a pobreza também é marcada pela ausência de serviços. "O bem-estar da família vai depender cerca de 60% do dinheiro no bolso, você paga o aluguel, o mercado e coisa do gênero. Os outros 40% do bem-estar da família é acesso a serviços, tipo saúde, educação e segurança", explicou Ladislau Dowbor, economista da PUC-SP.

Porém, o que condena milhares de brasileiros à pobreza é o mesmo sistema que permite o enriquecimento cada vez maior de uma minoria. Para alguns, o mercado sozinho é capaz de resolver o problema. Já para quem tem fome, a vontade do mercado parece não ter a urgência necessária. Por isso, a Constituição de 1988 prevê que o estado brasileiro deve garantir condições dignas de vida à sua população. Essa é uma das responsabilidades federais.

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"A gente tem que ampliar o apoio aos pobres, o que isso significa? De um lado, esses repasses devem ser aumentados e, por outro lado, a gente amplia o SUS [Sistema Único de Saúde], a segurança e o acesso à educação", afirmou Dowbor. 

A face mais conhecida da pobreza aparece nas grandes cidades e cobra ação dos prefeitos e vereadores por todo o País. Uma igreja no bairro da Mooca, em São Paulo, é um dos principais centros de auxílio à população de rua na capital paulista. Durante a pandemia, a Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de São Paulo, atende cerca de 500 pessoas por dia. Mesmo assim, a ajuda está longe do suficiente para resolver a situação.

O padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, dedica uma vida a lidar com a população em situação de rua. São 35 anos em que, infelizmente, poucas coisas mudaram. "Todas as políticas que existem para a população de rua são de tutela, não de autonomia. Então, uma providência que seria muito importante seria uma renda mínima municipal", explicou o padre.

Por isso, o desafio está posto para os candidatos em cada cidade do país: produzir políticas públicas para que a pobreza comece a deixar de ser normal no Brasil.

"Você tirar as pessoas da pobreza custa muito menos do que os impactos da pobreza", declarou Dowbor. "O grande dilema nosso aqui é de políticas, políticas no sentido pleno, de gestão do território urbano, no sentido de gerar o equilíbrio social e econômico."