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O termo Black Friday desapareceu do app e site do Carrefour às vésperas da promoção mais importante do ano para o varejo. Agora, quem entra nas páginas da varejista encontra uma campanha que tem o nome de Ofertou.

A mudança ocorreu após a repercussão negativa gerada pelo assassinato de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte no Carrefour do bairro Passos D’areia, em Porto Alegre (RS).

Questionado se a alteração tinha relação com o caso e a decisão de adotar uma política de tolerância zero com o racismo, o Carrefour não se pronunciou. Membros do comitê externo criado para assessorar a rede na formulação de políticas contra o racismo também não se manifestaram.

Coincidência ou não, o banimento do termo Black Friday não é uma situação isolada. No final de setembro, o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum, anunciou que a marca não iria mais associar o termo Black Friday ao período de promoções que acontecem em novembro.

“Há anos conversamos sobre a possível origem do termo “Black Friday”, sobre a ausência de dados científicos que comprovem que ele realmente não se relaciona à questão da escravatura. Então, respeitando os movimentos que sentem desconforto com o termo, decidimos parar de refletir e começar a agir – não teremos mais o termo Black Friday no Grupo Boticário”, escreveu na ocasião no Linkedin do grupo.

Outras varejistas não usam também o termo Black Friday. A Americanas adota Red Friday e a Fastshop chama sua promoção de Golden Friday. Mas elas já não usavam Black Friday em suas campanhas promocionais do mês de novembro.

Por que o Carrefour também eliminou o termo? Não dá para saber exatamente o motivo sem que a empresa se pronuncie. Para Guilherme Gobato, fundador da consultoria em diversidade e inclusão Diálogos Entre Nós, a empresa pode ter tentado adotar uma atitude cuidadosa em um momento de crise. “Acho que é uma postura cuidadosa de gestão ativa de crise de não gerar mais polêmica. O uso do termo é a menor das preocupações que o Carrefour tem hoje.”

Funciona parar de usar Black Friday? Gobato diz que o termo já é muito forte na memória do consumidor. “O problema que a empresa tem agora é de enfrentar o que é mais urgente e importante, que é o enfrentamento do racismo.”

O que o Carrefour já tomou de medidas a respeito? A rede anunciou ontem a criação de um comitê externo para assessorá-lo na formulação de políticas antirracistas. Como primeira medida, foi decidido abrir as lojas mais tarde hoje – o plano anunciado anteriormente era abrir os supermercados às 6h para evitar aglomerações de Black Friday – e reverter as vendas de quinta e sexta-feira para ações orientadas pelo comitê.

O comitê também orientou a reformulação da política de contratação das equipes de segurança e criação de programas para acelerar as carreiras de funcionários negros. O Carrefour terá metas específicas para ocupação de cargos de liderança por pessoas negras.

Afinal, Black Friday é um termo racista? A associação não é tão imediata. O próprio Gobato diz que existe a expressão ‘to be in black’, que corresponde ‘ficar no azul’, ou ‘sair do vermelho’.

“No Brasil, onde o racismo reverbera no nosso vocabulário, usamos as palavras ‘preto’ e ‘negro’ para desqualificar alguma coisa. Então quando falamos de Black Friday no Brasil, chamamos de ‘preto’ o dia em que produtos são vendidos a um preço menor, inferior””, afirma ele.

Agência sem racismo

A Wunderman Thompson Brasil criou um manual interno chamado Agência sem Racismo que tem o objetivo de deixar claro o que pode ou não fazer e dizer em um ambiente de trabalho.

Veja palavras que o manual recomenda que sejam banidas:

  • Criado mudo
  • Denegrir
  • Fazer nas coxas
  • Mulata
  • Mercado negro, lista negra, ovelha negra
  • Trabalho de preto
  • Ter um pé na cozinha