O governo federal deve apresentar na segunda-feira (30) a primeira versão do Programa Nacional de Imunizações (PNI) específico para a Covid-19. Especialistas alertam que o Palácio do Planalto precisa se apressar para deixar tudo pronto e testado, a fim de que a imunização aconteça no menor espaço de tempo possível.

Há uma semana, o Ministério da Saúde divulgou uma nota com a primeira parte do plano de operacionalização da vacina contra a Covid-19. O texto afirma que o PNI será usado como base por ser o resultado da grande experiência do Brasil em campanhas de vacinação.

Leia também: Pfizer inicia processo para pedir registro de vacina junto à Anvisa

Sobre a logística, a pasta informou apenas que enviará as doses aos estados que farão a distribuição em seus municípios e que o plano conta com apoio de várias organismos, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fiocruz, o Instituto Butantan, além de sociedades médicas e conselhos federais, estaduais e municipais de saúde.

O detalhamento específico para o novo coronavírus seria divulgado inicialmente na última terça-feira (24), foi adiado para quinta-feira (26) e agora só deve ser apresentado na semana que vem.

As dificuldades em apresentar esse PNI podem estar relacionadas à contratação de Laurício Monteiro Cruz, um veterinário sem experiência em vacinação, para o cargo de diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Leia também: Após erro de dosagem, vacina de Oxford/ AstraZeneca deve passar por estudo adicional

O departamento que ele assumiu é considerado fundamental para elaboração do PNI. Cruz assumiu a vaga deixada por Marcelo Wada, um servidor de carreira e que era considerado internamente como um especialista em planos e logísticas de vacinação.

Enquanto o governo federal não define como será o esquema para imunizar a população, estados e municípios pouco podem fazer a não ser esperar por uma definição do Ministério da Saúde sobre o período de vacinação previsto e, principalmente, sobre os novos protocolos sanitários e o esquema para distribuir o imunizante.

"Em relação à vacinação da população brasileira, registro como governador do estado de São Paulo a minha perplexidade com o fato de não termos ainda um Programa Nacional de Imunização. O governo federal já deveria ter anunciado o Programa Nacional de Imunização. Nós já temos três vacinas que estão em fase de aprovação pela Anvisa, incluindo a Coronavac, a vacina do Instituto Butantan e do laboratório Sinovac. O que a população do país deseja é a vacina", afirmou o governador João Doria (PSDB).

Leia também: Primeiras 120 mil doses da vacina Coronavac chegam em São Paulo

Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, os procedimentos para elaboração do PNI específico para a Covid-19 são os mesmos usados em outros planos: estudo dos públicos-alvos e estudo das regiões mais afetadas. "Vai ser fechado esse plano quando nós tivermos mais à frente, para sabermos de qual a logística será necessária pra cada vacina que vai ser empregada."