Estudo inédito elaborado por pesquisadores da PUC-SP e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) aponta que notícias falsas tiveram menos força nos dois turnos das eleições municipais em São Paulo. 

"Os dados mostram que as pessoas estão olhando para as informações sobre as eleições vendo um pouco o que aconteceu em 2018 onde, todos nós sabemos, a difusão de fake news impactou muito no processo eleitoral. O que nós notamos é uma espécie de saturação. As pessoas começaram a ficar mais cuidadosas", explica a coordenadora da pesquisa, Rosemary Segurado.

Segundo ela, muitas pessoas, principalmente entre os setores progressistas, passaram a checar noticias em veículos de imprensa com credibilidade, reconhecendo a importância do jornalismo para a apuração de informações. "No perfil dos conservadores, essa conduta é um pouco menor. Muitas vezes eles manifestam ainda uma grande desconfiança em relação à mídia tradicional e acabam indo procurar a checagem em portais que eles já utilizam para se informar, muitos vezes portais apontados como disseminadores de fake news", diz.

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Contudo, as informações falsas continuam em alta quando o assunto é saúde. "No caso das informações sobre a pandemia, mostra um crescimento muito grande, mas as pessoas mais preocupadas com isso", comenta Rosemary.

A pesquisa reforça que a educação e comportamentos como não repassar notícias das quais não se tem certeza da procedência são imprescindíveis para o bom funcionamento de uma sociedade democrática. "A informação é fundamental para o debate e para que nós avencemos ainda mais a nossa democracia, tão jovem no Brasil", completa.

Assista à íntegra da entrevista com Rosemary Segurado: