Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Em um ano em que boa parte da população ficou trabalhando em casa, a calça jeans ficou de lado. Assim como as camisas, ternos e roupas e sapatos sociais. Sem uso ou necessidade de repor o guarda-roupa com novas peças, os consumidores deixaram de comprar. E os fabricantes de jeans e confecções acumularam uma queda nas vendas sem precedentes.

“A gente começou o ano forte, com um aumento nas vendas de 20% sobre 2019”, lembra Newton Coelho, diretor comercial da Santista, uma das principais produtoras de denim, como é chamado o tecido das calças jeans. “Mas em abril a gente já não vendeu nada e ainda tivemos devoluções”, conta ele.

Nos meses seguintes, diz Coelho, o mercado ficou estagnado, pelo menos até julho. O que ajudou a companhia, nesse período, foi o aumento na demanda pela linha de tecidos com proteção antiviral, inclusive contra o SARS-Cov-2, causador da Covid-19. “Já tínhamos uma linha específica para uso exclusivamente hospitalar, mas fizemos um investimento para expandi-la para roupas comuns e uniformes em segmentos como o de frigoríficos e indústria em geral”, diz Coelho. O tecido foi testado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.

“Mas a produção de denin sofreu muito. Durante a quarentena, caiu 70%. Porém, em setembro, outubro e novembro, já estamos com vendas iguais às de 2019.”

Pode faltar jeans

Por isso, com esse repique de recuperação, as confecções estão enfrentando falta de tecido. “No fim das contas, vamos fechar o ano com vendas 50% menores”, diz Lauro Pimenta, presidente da Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), que representa 4 mil lojistas da região. Muitos têm confecção própria.

Além de vendas menores, a quarentena atrapalhou o setor de jeans também em relação às tendências de moda. “A gente praticamente pulou uma estação. E isso deixa os lojistas sem saber em que investir na próxima”, explica Pimenta.

Tendência mais solta

A única aposta mais certeira agora é a calça “clochard” feminina, com cintura alta e frouxa no quadril, que se ajusta com um cinto ou elástico. “Como ela é mais larga na barriga e nas coxas, ela ludibria um pouco a barriga – e muita gente engordou na pandemia”, teoriza Pimenta.

E as calças sociais?

Também ficaram no cabide do guarda-roupa de casa e das lojas, assim como os ternos e as camisas sociais. “Nossa queda nas vendas foi de 40% a 60%”, diz Alexandre Mirkai, presidente da Associação dos Alfaiates e Camiseiros do Estado de São Paulo. Muitas alfaiatarias grandes tiveram que demitir.

A crise no setor aéreo também afetou os alfaiates, como explica Mirkai. “Os uniformes dos pilotos, comissários e equipe de terra são todos feitos sob medida, por alfaiatarias. Esse mercado sumiu em 2020”, afirma.

Mirkai, que tem 59 anos no setor, diz que a maioria dos alfaiates, por serem trabalhadores autônomos, sobreviveu fazendo reparos em calças e camisas trazidas pelos clientes – que com tempo livre em casa, organizaram seus closets.

Bijus guardadas

Bijuterias também ficaram encostadas. “Com menos eventos, sem festas e o trabalho em casa, nossas lojas estão vendendo 80% de 2019, isto é, queda de 20%”, diz Jae Lee, fundador do Grupo Ornatus, dono da franquia de lojas de assessórios Morana, com quase 300 lojas no Brasil.

Já os sapatos sociais e de saltos deram lugar às rasteirinhas, aos chinelos e às sapatilhas, diz Gisele Camargos, dona da loja de calçados ContaPraEla. “Esse ano a gente não vendeu nada de salto e social. Só para uma ou outra cliente que se recolocou no mercado, em vagas que tinham que ser presenciais”, diz ela. “Nem adianta fazer promoção ou dar desconto que salto não está vendendo mesmo. Já os chinelos e sapatos que podem ser usados em casa e para uma saída até o supermercado, esses vendem sem esforço.”