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Divulgação/Governo de São Paulo
Divulgação/Governo de São Paulo

Na coletiva de imprensa desta terça (12) que divulgou a eficácia da Coronavac, a microbiologista Natália Pasternak falou sobre o imunizante e o significado dos novos dados para o controle da pandemia no Brasil. Desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, a vacina tem eficácia geral de 50,38%.

"Nós temos uma boa vacina. Não é a melhor vacina do mundo, não é vacina ideal: é uma boa vacina. É uma boa vacina, que tem a sua eficácia dentro dos limites do aceitável pela comunidade científica, pela OMS, por parâmetros internacionais", afirmou a cientista. 

Ela destacou que os testes do imunizante foram rigorosos e parabenizou o Butantan por submeter os resultados ao escrutínio da comunidade científica: "É um estudo limpo, é um estudo claro, e é um estudo que agora traz os resultados exatamente do que se propôs a fazer". 

78% ou 50,38%? 

Embora tenham causado alguma confusão, os novos dados não significam que houve queda em relação ao número de 78% de eficácia divulgado na semana passada. Trata-se de um recorte do estudo: o Butantan considerou 78% de proteção no que se refere aos casos leves da Covid-19. O imunizante protegeu 100% dos voluntários de casos moderados e graves, além de zerar a necessidade de internação. O percentual divulgado nesta terça refere-se à totalidade do estudo. 

"Se os resultados não são exatamente o que a gente esperava, porque 'ah, mas eu queria uma vacina de 90%', eles são bons resultados, resultados honestos, de uma vacina que é perfeitamente aceitável", continuou a microbiologista. "Eu quero essa vacina, quero que meus pais tomem essa vacina. Essa é uma vacina possível para o Brasil, é uma vacina adequada para o Brasil, compatível com a nossa capacidade de produção local, de armazenamento, de distribuição", destacou.


Potencial para controlar a pandemia

"Nós temos uma vacina potencialmente capaz de previnir doença, doença grave e morte. E afinal de contas, era tudo isso que a gente queria desde o começo. A gente nunca falou no começo da pandemia: 'eu quero a vacina perfeita'. A gente falou: 'eu quero uma vacina que nos permita sair dessa situação pandêmica'. E isso a Coronavac tem o potencial de fazer", afirmou a cientista. 

Para ela, a prioridade deve ser a conscientização da população sobre a segurança e a eficácia da vacina para imunizar o maior número possível de pessoas. "Uma vacina só é tão boa quanto a sua capacidade de vacinação, de ter uma cobertura vacinal o mais completa possível no Brasil. [...] A efetividade dessa vacina no mundo real vai depender de quantas pessoas se vacinam", destaca.

Natália ressalta também a análise de riscos e benefícios em qualquer imunizante ou procedimento médico: "Eu tenho uma vacina cujo risco pessoal é quase zero, porque os efeitos adversos são irrisórios, mínimos; mas tenho um benefício que não é só para mim, mas um benefício coletivo de saúde pública, de reduzir o risco de doença em 50%. Eu quero esse benefício". 

Ela destaca que a vacina deve estar aliada à continuidade de outras medidas de prevenção, mas pode marcar "o início do fim" da pandemia: "Se essa vacina é o começo, vamos começar?"

Atualmente, a Coronavac aguarda aprovação para uso emergencial na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A previsão do Governo de São Paulo é de que a imunização comece em 25 de janeiro. 

Confira a fala completa: