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Depois de anunciar na última quinta (7) que a vacina Coronavac tem eficácia de 78% em casos leves da Covid-19, o Instituto Butantan divulgou hoje (12) a eficácia global do imunizante: 50,38%. De acordo com esses resultados, a vacina é eficaz diante dos parâmetros da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que exige um mínimo de 50%. 

Embora possa causar confusão, a diferença nos dados não significa que houve diminuição na eficácia ou que o número anterior esteja incorreto. A informação da última semana corresponde a um recorte do estudo: o Butantan considerou 78% de proteção nos casos leves da Covid-19. O imunizante ofereceu proteção total (100%) em casos moderados e graves, além de zerar a necessidade de hospitalização.

Na prática, especialistas avaliam que o resultado indica potencial para controlar a pandemia, já que pode evitar infecções graves, mortes e internações. Para a microbiologista Natália Pasternak, que esteve presente na coletiva onde foram divulgados os novos dados, a vacina é boa, foi testada sob critérios rigorosos e é perfeitamente adequada para o Brasil.

"Nós temos uma vacina potencialmente capaz de previnir doença grave e morte. E, afinal de contas, era tudo isso que a gente queria desde o começo. A gente nunca falou no começo da pandemia: 'eu quero a vacina perfeita'. A gente falou: 'eu quero uma vacina que nos permita sair dessa situação pandêmica'. E isso a Coronavac tem o potencial de fazer", afirmou a cientista.

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Produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, a Coronavac foi testada em 13.060 voluntários brasileiros. O teste foi o único estudo feito exclusivamente em profissionais da saúde - e, portanto, com exposição maior aos vírus do que a população geral -, e levou em consideração a classificação de gravidade da Covid-19 estabelecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde). 

Nenhum voluntário do grupo que recebeu a vacina durante os testes precisou de hospitalização. Segundo Miguel Palacios, diretor de pesquisa do Butantan, esse número ainda é pequeno e não tem significância estatística, mas apresenta uma tendência que pode ser confirmada com mais estudos. 

Os resultados mostraram o potencial da Coronavac para diminuir significativamente o impacto no sistema de saúde. Quanto ao atendimento ambulatorial - isto é, casos leves em que o paciente precisa de algum tipo de assistência médica sem internação -, os números são robustos, com eficácia de aproximadamente 78%. "Se a gente consegue que a vacina controle os atendimentos no sistema de saúde, o impacto vai muito além da Covid-19. A gente sabe que pela demanda gerada pela Covid-19, muitas outras pessoas deixaram de ser atendidas", avaliou Palacios. 


O Butantan também reforçou que a vacina mantém seu perfil de segurança: não foram registrados eventos adversos graves relacionados à vacinação nos testes. 0,3% dos participantes tiveram reações alérgicas, mas não houve diferença estatística entre os voluntários que tomaram o imunizante e os que receberam placebo.

Confira a apresentação detalhada dos resultados: