Fundação Padre Anchieta

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Reprodução/Instagram
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Há pouco mais de ano, em dezembro de 2019, cerca de 40 pessoas foram presas por promover uma rinha internacional de cães da raça Pit Bull na cidade de Mairiporã, na Grande São Paulo.

Os envolvidos, indiciados por associação criminosa, maus-tratos a animais com agravante de morte e jogo de azar, foram detidos pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil do Paraná, em parceria com o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) de São Paulo.

Entre os que resgataram os Pit Bulls utilizados na rinha estava o protetor animal Alessandro Desco, 48 anos, da Pit’s Ales. Em entrevista exclusiva para o site da TV Cultura, ele conta como estão os cachorros resgatados por ele um ano após o ocorrido.

Um ano após o resgate

Em 2019, 11 dos cães resgatados ficaram com Alessandro. Mesmo sendo considerados “menos machucados”, ainda precisavam de tratamentos e reabilitação. Uma das fêmeas, inclusive, estava prenha na época.

“O processo de reabilitação dos cachorros é longo, uma vez que não só o físico é trabalhado mas também o psicológico”, afirma Alessandro. Como eles eram condicionados a lutar nas rinhas, o trabalho de socialização dos cachorros foi extremamente importante. “Foram meses de reabilitação para os cachorros resgatados conseguirem ver outros cães e não atacar, ou se proteger de um possível ataque”, completa.

Normalmente, em casos menos graves, o tempo mínimo de reabilitação do cachorro resgatado até ele estar apto para doação é de quatro meses, envolvendo socialização, reabilitação, vacinas, etc. Entretanto, com os cães resgatados de Mairiporã, esse prazo subiu para no mínimo 6 meses. Como a rinha promovida era um evento internacional, alguns cães eram de outros países, apresentando doenças ou bactérias de fora do Brasil, dificultando o tratamento.

Boston, um dos resgatados, apresentava um dos estados mais graves. Alessandro conta em uma postagem nas redes sociais uma semana após o resgate, sobre seu estado: “Uma infecção gravíssima, problemas no rim, fígado e baço. Cheio de pele morta pendurada e de cicatrizes”. Depois de um ano, Boston foi reabilitado e, em novembro de 2020, adotado por uma nova família.

A cadela prenha, Amy, também passou por um ano intenso de tratamentos. Dos filhotes que ela deu à luz, apenas um sobreviveu. Sua reabilitação envolveu gravidezes psicológicas e desintoxicação do corpo, anteriormente acostumado com as drogas injetadas para a rinha.

Entretanto, assim como Boston, Amy foi acolhida em um novo lar em novembro de 2020. Dos 11 cachorros resgatados, apenas um ainda não foi adotado. O Butão, após nove meses de tratamento, está curado e pronto para adoção.

Sobre o Pit’s Ales

Há 10 anos atuando em resgates de animais em situação de risco, Alessandro conta que o que fortaleceu essa causa foi encontrar um cachorro na Estrada do Alvarenga, com arames pelo corpo, e levá-lo para casa. Chamado Guerreiro, o cachorro ficou com Alessandro por nove anos, e o introduziu aos resgates.

Hoje, com uma clínica e hotel, Alessandro conta com uma equipe da Pit’s Ales para a reabilitação dos animais resgatados, dentre eles socializadores, veterinários, e até sua esposa, Alessandra. “Somos uma bola de neve do bem”, diz ele ao se referir a equipe, “vamos crescendo e cada vez mais ajudando em mais casos”.

Ele reforça a necessidade de educação dos mais novos acerca do respeito e cuidado para evitar esses casos de animais em situações de risco: “Tenho 48 anos, tudo que eu faço é para deixar um legado e abrir portas para essa próxima geração, que é muito promissora”.

E isso envolve também a adoção responsável desses animais reabilitados. “As pessoas precisam ter consciência de que é um gasto, precisam fazer por amor mas também precisa de mais pesquisa, é como se fosse um filho, envolve vacinas, comida e tudo mais” afirma Alessandro.

Para auxiliar esses resgates da Pit’s Ales, ele afirma que toda ajuda é válida. “Divulgação, doação de materiais, tudo é bem-vindo”, completa.