O Congresso instalou nesta semana a comissão mista que vai analisar o orçamento deste ano, com o primeiro desafio de buscar uma forma de garantir uma nova rodada do Auxílio Emergencial.
Relator do Orçamento no Congresso, o senador Márcio Biitar falou sobre a agenda de reformas, mas defendeu a priorização da ajuda aos mais pobres: "As pessoas que precisam comer não vão esperar", afirmou.
Na manhã desta quinta (11), em evento em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo não tem dinheiro pra prorrogar o auxílio: "Não é dinheiro que eu tenho no cofre, é endividamento. Isso é terrível também. A economia tem que pegar, temos que voltar a trabalhar", disse o presidente.
A ideia de criar uma contribuição temporária, como a CPMF, pra bancar os pagamentos foi rechaçada pela equipe econômica e parlamentares. Hoje, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que vai buscar uma solução sem passar pela adoção de imposto.
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, discute com o Congresso uma nova "PEC de guerra" pra pagar o beneficio sem estourar o teto de gastos. "Nós temos um compromisso com as futuras gerações do país. Nós temos que pagar pelas nossas guerras. Se nós estamos em guerra com o vírus, nós temos que arcar com essa guerra e não simplesmente empurrar irresponsavelmente esses custos para as gerações futuras", afirmou Guedes.
Na última quarta (10), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou que a retomada do auxílio pode levar ao aumento da taxa básica de juros - hoje em 2% ao ano. Ele afirmou o governo tem pouco espaço de manobra no orçamento: fora as despesas obrigatórias, sobram R$84 bilhões, menos da metade do que foi gasto até agora com o auxílio.
Segundo a Caixa Econômica Federal, foram pagos R$179 bilhões em benefícios pra 67 milhões de brasileiros. A discussão atual é a mesma de quando o auxílio foi criado: quanto pagar e pra quem. Em 2020, o Congresso considerou pequena a ajuda proposta pelo governo federal e elevou o valor pra R$600.
Agora, o governo estuda pagar três parcelas de R$200 aos informais que estão fora do Bolsa Família. Conforme levantamento do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o valor compraria apenas 32% da cesta básica na cidade de São Paulo.
Assista à reportagem do Jornal da Tarde:
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