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O número de beneficiários de planos de saúde bateu recorde no final de 2020 e chegou a 47,5 milhões de vidas, segundo relatório divulgado pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), marca que o setor não atingia desde o primeiro semestre de 2017. Especialistas ouvidos pelo 6 Minutos afirmam que parte desse crescimento pode ser explicada pela entrada de usuários em planos mais baratos, com redes de atendimento mais enxutas.

“A gente tem uma oferta grande de planos de saúde mais restritos. Muitas pessoas que não tinham plano acabaram entrando em um com menos hospitais credenciados, mas com custo menor”, afirma a advogada especialista em direito médico Fernanda Zucare.

Dos 47,5 milhões de beneficiários, 38,4 milhões (80,9%) estão atrelados a planos coletivos (empresariais ou por adesão), enquanto 9 milhões estão em individuais.

Isso acontece porque o setor de saúde suplementar não tinha interesse em vender planos individuais, em que o reajustes são regulados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), ou seja, são mais baixos. Por isso, quem perdia o plano empresarial ao ser demitido precisa, na maioria das vezes, recorria a planos coletivos por adesão, em que os reajustes são aplicados livremente pelas operadoras – e são mais altos.

“Os planos coletivos por adesão têm apresentado sucessivas altas, em especial em momentos de instabilidade. Isso porque não há necessidade de vínculo empregatício, basta vínculo associativo”, afirma o  superintendente executivo do IESS, José Cechin. Apesar de ser menor em números absolutos, os planos coletivos por adesão cresceram 2% em 2020.

Para a diretora executiva da FenaSaúde, Vera Valente, o mercado precisa desenvolver planos condizentes com os diferentes perfis sociais e econômicos brasileiros.

“Pelas regras hoje impostas aos reajustes [dos individuais], eles encontram maior dificuldade de manutenção do que as modalidades coletivas, que desfrutam de maior concorrência entre operadoras”, afirma Valente.

Por que mais brasileiros contrataram planos de saúde? Por medo da covid. “De um lado as pessoas perderam emprego e renda e tiveram mais dificuldade de manter os planos, mas, de outro, a pandemia revelou que é importante ter o plano”, afirma Cechin.

Segundo Cechin, entre fevereiro e junho houve a saída de 297 mil pessoas nos planos, resultado do elevado número de demissões, interrupção de atividades, fechamentos de empresas ou ainda da perda de poder aquisitivo. “Os planos individuais não caíram na pandemia nem os coletivos por adesão. O coletivo empresarial caiu por perda de emprego, não por falta de desejo de ter plano”, afirma Cechin.

O diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Junior, afirma que o medo da pandemia transformou o plano de saúde em um serviço de primeira necessidade para aqueles que tinham condições financeiras, mas não achavam o serviço necessário.  “Hoje, as pessoas não querem deixar de ter planos, porque isso pode trazer um dano muito grande caso tenham a covid”, afirma Batista.

Geração de novos negócios

Na esteira da busca por opções mais econômicas surgiram produtos mais baratos. Um deles é o  Qsaúde, com mensalidades a partir de R$ 246,39.

Segundo o vice-presidente executivo do Qsaúde, Anderson Nascimento, o modelo é um meio termo entre o que existe hoje no mercado tradicional: planos cada vez mais baratos que não atendem a rede que o cliente gostaria ou aqueles que são muito caros e restritos a um número menor de brasileiros.

“Os clientes hoje acabam não podendo pagar os reajustes e sendo empurrados para fora dos hospitais, ou precisando se adaptar a modelos de rede que não estavam acostumados a usar”, afirma.

Perfil dos segurados

O crescimento percentual no número de beneficiários foi maior para a faixa etária com mais de 59 anos, que são considerados grupo de risco para a covid.

Veja por faixa etária, segundo relatório do IESS:

  • 0 a 18 anos: 11.282.946 beneficiários (0,3%)
  • 19 a 58 anos: 28.663.837 (1,1%)
  • 59 anos ou mais: 7.161.777 (2,8%)

Aposentadoria e envelhecimento da população também podem justificar o crescimento dos planos para idosos. “Quem tem essa idade, normalmente, já tem aposentadoria, que não mudou de valor durante a pandemia. Então se tornou um pouco menos difícil manter o plano”, afirma Cechin.

O advogado Vitor Boaventura, sócio do escritório Ernesto Tzirulnik Advocacia ainda diz que estas pessoas, em sua grande maioria, têm planos individuais. “Normalmente é o grupo que não tem planos coletivos, por causa da aposentadoria”, afirma.