Os gerentes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reprovaram a importação da vacina russa Sputnik V pelo Brasil. Em reunião nesta segunda-feira (26), os técnicos apontaram falta de documentação e possíveis riscos à saúde como os principais motivos para rejeitar o imunizante neste momento.
A reunião aconteceu devido a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, que deu um prazo para que a Anvisa decidisse sobre o uso do imunizante. A agência recorreu do prazo, que venceria nesta semana, mas o ministro indeferiu o pedido nesta segunda.
Diante da falta de documentos, Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, alegou que a Sputnik V pode ser prejudicial à saúde humana devido a tecnologia usada no medicamento, que tem um tipo de vírus que naturalmente se replica.
"Isso significa que o vírus que deve ser utilizado apenas para carregar material genético do coronavírus para as células humanas e, assim, promover a resposta imune, ele mesmo se replica, e isso é uma não conformidade grave”, explicou o gerente-geral.
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A gerente-geral de Fiscalização Ana Carolina Marino também reclamou da ausência de documentos que comprovem a segurança e eficácia da vacina. Segundo ela, a Anvisa não teve sucesso na obtenção de relatórios com informações necessárias.
Sputnik V no Brasil
Segundo informou a Anvisa, 14 estados e dois municípios enviaram pedidos de importação da Sputnik V. São eles: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins, e os municípios de Maricá e Niterói.
A expectativa para a aprovação é alto, pois 66 milhões de doses já foram compradas por governos estaduais e municipais. Deste total, 37 milhões deverão ser distribuídos à população dos estados do Nordeste.
Assista a matéria do Jornal da Cultura desta segunda-feira (26) sobre a Sputnik V:
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