Em entrevista coletiva nesta quinta (29), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) explicou os motivos para negar a solicitação de importação da vacina contra a Covid-19 russa Sputnik V.
O gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que um dos fatores principais para a decisão foi que o Instituto Gamaleya, responsável pela produção do imunizante, não respondeu questões sobre adenovírus replicantes identificados nos documentos da vacina entregues à agência.
O adenovírus funciona como uma espécie de vetor da vacina, mas a intenção é que ele não se multiplique depois da aplicação. Os avaliadores divulgaram que um desses vetores, o adenovírus 5 (Ad5), teria conseguido recuperar a capacidade de replicação no corpo humano. Os técnicos da Anvisa cobram do fabricante dados e uma explicação sobre como controlar essa replicação.
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Além da questão do adenovírus, outra justificativa foi a de que técnicos da agência não puderam inspecionar todos os locais onde a vacina é produzida. De um total de sete, eles só conseguiram visitar três.
O objetivo do pronunciamento foi rebater as declarações do Instituto Gamaleya, que afirmou que a Anvisa "espalhou informações falsas e imprecisas intencionalmente" sobre a Sputnik V. A farmacêutica ainda informou, pelas redes sociais, que vai processar o órgão regulatório.
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