O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou à CPI da Covid nesta quinta-feira (27) que as negociações com o Ministério da Saúde para a compra da vacina CoronaVac "pararam" no dia 20 de outubro do ano passado, em razão da manifestação pública do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o imunizante não seria comprado. Segundo Dimas, houve três meses de paralisação nas tratativas.
"Infelizmente, essas conversações não prosseguiram, porque houve, sim, aí, uma manifestação do presidente da República, naquele momento, dizendo que a vacina não seria, de fato, incorporada, não haveria o progresso desse processo", disse o diretor do Butantan.
A declaração contradiz o que afirmou o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em seu depoimento à CPI na semana passada. Segundo ele, Bolsonaro "não interferiu em nada" nas negociações entre o governo e o Butantan.
"Acreditem, nunca o presidente da República mandou eu desfazer qualquer contrato, qualquer acordo com o Butantan – em nenhuma vez. A posição de agente político dele ali não interferiu em nada do que nós estávamos falando com o Butantan", disse Pazuello na ocasião.
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