Fundação Padre Anchieta

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Quando os sucessivos aumentos na conta de luz são anunciados, o professor de educação física Lucas Bonete, de Pedralva (MG), nem liga. Todo mês, independentemente dos reajustes anunciados pelo governo, ele paga a tarifa com 15% de desconto. Qual é o segredo?

Bonete e a esposa são assinantes de um serviço de energia solar. Não, ele não tem aquelas placas solares no telhado de casa. E mesmo que mudasse para um apartamento, ou alugasse outro imóvel, continuaria tendo o desconto.

“Pago minha conta para uma empresa de geração compartilhada de energia solar que é associada à Cemig, a companhia de distribuição de energia de Minas Gerais”, diz ele.

A empresa de energia solar é a Enercred, fundada por José Otavio Bustamante, em 2019. “A gente funciona como uma imobiliária de usinas de energia solar”, explica. Existem várias usinas de energia solar pelo país. Em Minas, onde Bustamente tem permissão para atuar, a Enercred faz a conexão dessas usinas com a distribuidora de energia, a Cemig, e os clientes finais.

Elas fornecem a energia gerada pelos painéis solares para a distribuidora. E a Cemig manda a energia elétrica por meio de sua rede para as casas e empresas.

Os consumidores residenciais ou empresariais que assinam o serviço da companhia de energia solar, em vez de pagar a conta para a Cemig, pagam para a Enercred – só que com desconto de 15%. “Tirando os impostos, parte desse dinheiro vai para Cemig, outra parte para Enercred e outra para as usinas solares”, explica Bustamente. O desconto vem pelo fato de a energia solar ser produzida de forma mais barata. Assim, a fonte de energia da Cemig deixa de ser só a hidrelétrica e passa ser também a solar.

E vale a pena?

Desde que aderiu à assinatura, no começo de 2020, Bonete diz que já economizou cerca de R$ 600. “No aplicativo da empresa, a gente tem todas as informações: o consumo na hora, o consumo totalizado, o quanto de árvores deixaram de ser cortadas, a emissão de CO² que foi evitada”, diz ele. “Estou bem contente.”

Assim como Bonete, muitos consumidores estão aderindo a esse novo serviço para baratear a conta e fomentar uma energia mais limpa. Só a Enercred, que tinha 300 clientes no início do ano passado, agora tem 9.000. “E vamos expandir para 30 mil, chegando ao Centro Oeste, Brasília, Goiás e Mato Grosso nos próximos seis meses”, diz Bustamante.

Hoje, no Brasil, segundo a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), existem de 15 a 20 mil usinas operando nesse sistema de assinatura. “Os dados, infelizmente, não são muito precisos por falta de um levantamento mais robusto”, explica Guilherme Susteras, coordenador do grupo de trabalho de geração distribuída da Absolar.

Ele também é o fundador e diretor da Sun Mobi, que trabalha com assinatura de energia solar na área da CPFL Piratininga (Companhia Piratininga de Força e Luz), que atua em 27 municípios do interior e litoral do Estado de São Paulo, dentre eles Santos, Sorocaba e Jundiaí.

Susteras explica que cada empresa de energia solar tem um sistema de adesão diferente. Mas em geral, todas cobram apenas o valor da conta, oferecendo o desconto.

A Órigo, que também opera em Minas Gerais, por exemplo, oferece um desconto médio na conta de luz de 15% para residências e de 10% para as pequenas e médias empresas.

Minas é o Estado com mais usinas e empresas de assinatura. Conforme a Absolar, o Estado é responsável por 19,6% da capacidade total instalada de energia solar distribuída no Brasil.

“Lá há muitos terrenos disponíveis para as fazendas solares se instalarem, tem energia hidroelétrica cara, alta incidência de radiação solar e incentivos fiscais do governo, que não cobra ICMS (o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços)”, diz Susteras.

Outra empresa que atua no estado é a Sou Vagalume. Ela oferece desconto de até 15% para residências, de 14% a 20% para empresas e condomínios e de 10% a 14% para propriedades rurais.

Simulação

No site da empresa é possível simular sua economia. Por exemplo: uma conta residencial de R$ 200 ao mês (em Minas e com conexão bifásica) baixaria para R$ 180, (economia de cerca de R$ 240 ao ano). Não é preciso pagar mensalidade ou adesão à parte. Mas o contrato tem 12 meses. Se for uma empresa, uma conta de R$ 500 o desconto seria de 20% no plano de 60 meses e o valor cairia para R$ 415,88. O gasto de energia anual de R$ 6.000 teria uma economia de R$ 1.000.

E em São Paulo?

A cidade de São Paulo tem uma situação bem contrária a essa. Por isso não há, por enquanto, empresas trabalhando com esse serviço no município. “Na capital paulista, a energia é mais barata em relação a outros Estados, não há espaço para as fazendas e existe muita sombra, afinal, é a terra da garoa”, diz o executivo.

No interior, porém a história é outra. Além da SunMobi, atuam na região a Axis (que também oferece o serviço em Minas, no Rio de Janeiro Pernambuco e Mato Grosso).

Como faço para saber se existe uma empresa atuando na minha região?

Uma das maneiras é pesquisar na internet ou falar com a distribuidora de energia local, segundo Susteras. “Ainda é um setor muito iniciante e por isso não temos ainda um diretório, um site, com a lista de todas empresas por região”, afirma ele.

Mas aqui vão algumas das empresas prestadoras e sua área de atuação:

  • SunMobi – regiões de Santos, Sorocaba e Jundiaí (SP)
  • Órigo – Minas Gerais
  • Axis – Interior de São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, Pernambuco e Mato Grosso.
  • Grupo Gera – Minas Gerais
  • Sou Vagalume – Minas Gerais
  • Órigo – Minas Gerais

E se faltar luz?

Se a energia cair, nada muda: como a distribuição é feita pela concessionária da região, o fato de você aderir ao sistema solar não influencia na qualidade do serviço. Só no preço da conta. A reclamação continua sendo responsabilidade da distribuidora.