Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Sob o comando de Vera Magalhães, o Roda Viva desta segunda-feira (19) recebeu o jornalista Laurentino Gomes, autor de Escravidão – Volume II. No programa, ele analisou algumas declarações do presidente Jair Bolsonaro e criticou a atual gestão da Fundação Cultural Palmares.

Ao responder a jornalista Eliana Alves Cruz, Gomes apontou o racismo presente nos discursos do chefe do Executivo. Segundo o escritor, há um plano político que, além de acentuar a discriminação, se exime da responsabilidade pela dívida da escravidão no Brasil.

Leia também: "Os fatos cotidianos insistem em demostrar que a escravidão é assunto da realidade brasileira", afirma Laurentino Gomes

“O mais surpreendente é que milhões de pessoas votaram nesse projeto de poder. Eu não quero acusar todos os eleitores de Bolsonaro de serem racistas. O voto de 2018 teve muito um componente de protesto. Mas o que eu quero dizer é que o voto tem um preço, ele pode ser racista ou antirracista”, frisou.

O convidado destacou que, desde a campanha eleitoral, as falas do presidente já apresentavam tons preconceituosos em relação à população negra, às mulheres, aos povos indígenas e aos homossexuais. Assim, segundo Gomes, o eleitorado de Bolsonaro já sabia o posicionamento do político antes de ir às urnas.

“Por isso eu tenho insistido que a principal manifestação de racismo no Brasil não é explícita, não é da injúria racial em público, que gera repercussão em rede social. Ela é cúmplice e silenciosa, de pessoas que topam eleger um projeto racista. E deu no que deu”, alertou.

Além disso, o escritor avaliou a atual administração da Fundação Cultural Palmares. Presidida por Sérgio Camargo, a entidade tem sofrido tentativas de alterações recebidas em forma de protesto por significativa parcela da população.

“É um absurdo. Uma instituição encarregada de zelar pela cultura e de ajudar as pessoas quilombolas tem um discurso de supremacia branca. A gente caminhou muito para trás. Isso se resolve pela discussão, pelo estudo, pela reflexão, para gerar uma nova consciência que permita, em futuras eleições, a gente não fazer esse tipo de escolha”, finalizou.

Assista ao trecho:

Participaram da bancada de entrevistadores Eliana Alves Cruz, escritora, jornalista e roteirista; Michael França, pesquisador do INSPER e colunista da Folha de S. Paulo; Paula Carvalho, historiadora e editora da Revista Quatro Cinco Um; Pedro Doria, editor do Canal Meio e Rosane Borges, jornalista e pesquisadora da ECA-USP.

Assista ao programa na íntegra:

O programa vai ao ar às 22h, na TV Cultura, no site da emissora, no canal do YouTube, no Dailymotion, nas redes sociais Twitter e Facebook.