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Cristi Goia/Unsplash
Cristi Goia/Unsplash

Depois do calor recorde no hemisfério norte que causou mortes, enchentes e danos à vida marinha, o Centro-Sul do Brasil enfrenta nesta semana quedas bruscas de temperatura. 

Para discutir as causas desses eventos climáticos extremos, o Jornal da Tarde entrevistou nesta sexta (30) Paulo César Zangalli Júnior, professor de Geografia e Clima da UFBA (Universidade Federal da Bahia).  

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Segundo o especialista, até a chegada da massa de ar polar que causou a onda de frio, o Brasil tinha um inverno com temperaturas típicas para a estação e até mais elevadas do que o comum. "O inverno tem sido um pouquinho mais quente, entre o habitual e um pouco mais quente do que se costuma ver. É por isso que essas ondas de frio causam ainda mais impacto, porque quando elas chegam, chegam com muita força", explica.

A explicação para o fenômeno tem a ver com o aumento da temperatura média do planeta, afirma Zangalli. "De fato, esse aquecimento que a gente tem percebido no planeta, de 1,2ºC, em média, [...] intensifica essa troca entre o continente e a Antártica, fazendo com que esses eventos ocorram em intervalos maiores e cheguem nessa tipicidade; você tem o inverno quente e uma onda de frio com bastante intensidade entrando. Isso causa um impacto muito significativo", explica. 

"Ao mesmo tempo que a gente vê essa onda de frio sendo bastante intensificada pelo efeito das mudanças do clima,  a gente vê ondas de calor acontecendo, por exemplo no Canadá, termômetros batendo quase na casa de 50ºC, de 46ºC, 49ºC
O oeste dos Estados Unidos também enfrentou ondas de calor significativas", continua o especialista. 

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De acordo com Zangalli, a situação climática está diretamente ligada a questões econômicas. "A gente não produz para satisfazer as necessidades humanas, ao contrário, a gente produz para obtenção de lucro e simplesmente isso. Sem essa participação não haveria essas ondas de calor no Oeste dos Estados Unidos e no Canadá, aconteceria um evento a cada mil anos", afirma.

Citando a amplamente documentada relação entre a ação humana desde a Revolução Industrial e a aceleração das mudanças climáticas, ele pontua: "O que nós estamos vivendo, sem dúvida, já é o efeito das alterações climáticas produzidas pelo capitalismo, por esse modo de produção capitalista e por esse modo de relação capitalista com a natureza".

"A saída, portanto, demanda mais do que soluções técnicas [...] A gente precisa de uma transição que seja eco-social, que tenha como o fundamento realmente a saúde e a vida humana como princípio fundamental, e não acumulação pela acumulação", completa. 

Assista à entrevista completa no Jornal da Tarde: