Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

A série nos mostra jovens garotas de classe média e de classe média alta indo para a escola particular e lidando com alguns dramas da adolescência. Nada novo, parece qualquer série padrão a que podemos assistir na “Sessão da Tarde” e que mostra os mesmos hábitos e costumes de sempre. No entanto, a série em questão é “AlRawabi School for Girls”, original da Jordânia e produzida exclusivamente por mulheres árabes. A série da Netflix foi escrita e dirigida por Tima Shomali, com a colaboração da roteirista Shirin Kamal, ambas jordanianas.

E realmente é uma quebra de paradigmas! Uma excelente oportunidade de rever conceitos e repensar, mais uma vez, os desafios enfrentados no dia a dia pelas mulheres árabes, mas também para comparar com questões da sociedade brasileira, e avaliar nossas próprias lacunas de equidade de gênero.

Na série, fica evidente que a juventude árabe não é toda igual, como imaginamos em nosso inconsciente coletivo, como o fato de que há quem utilize, ou não, o hijab, lenço ou véu na cabeça, também evidencia o que ele representa, mas também os anseios por liberdade, o bullying, o machismo e até mesmo o feminicídio.

Essa é somente uma série, entre outros filmes, minisséries e afins, a que assisti sobre diversas culturas, e que ampliaram as minhas reflexões, me fazendo pensar sobre como até mesmo o que temos assistindo há anos, na televisão aberta ou fechada, nos molda para determinados hábitos, estilos de vida, padrão – no nosso caso – americanizado de consumo e cultura.

Recentemente, assisti também à série turca “Uma Vida Nova”, no Globoplay. E nesse caso, novamente, o que me chamou a atenção foi que as relações, os dilemas, o formato em que as cenas de sexo, até mesmo de beijos, consumo de bebidas alcoólicas, nudez, entre outros, não são exibidas, o que é bem comum em obras do entretenimento. O que me motivou, pela primeira vez, inclusive a parar para pesquisar e tentar entender o que era ou não permitido ser exibido no cinema árabe.

Outra produção audiovisual que me conquistou também foi a produção coreana, que entrou na rotina do meu dia a dia, principalmente após a produção sul-coreana, “Parasita”, inclusive ganhadora do Oscar de melhor filme em 2020, entre outros importante prêmios do cinema mundial, ao fazer uma crítica contundente às desigualdades sociais. Filmes espanhóis como “Remédio Amargo”, com um personagem cadeirante, o suspense sul-africano “Eu sou todas as Garotas”, que se passa nos últimos dias do apartheid e mostra a investigação do caso de seis meninas que jamais foram encontradas, são uma enxurrada de reflexões sobre diversidade, gênero, raça e etnia.

Em todos esses casos, me encanto com os sotaques, como a língua falada delineia os contornos dos povos, como são as casas, a arquitetura, a alimentação entre outros aspectos. O que temos em comum como dilemas e desafios humanos? E o que nos distingue em cada uma dessas culturas?

E penso que hoje só não mergulha de cabeça na diversidade quem não quer. Nas décadas de 80, 90, grande parte do que podíamos assistir era limitado pelos canais abertos, acessíveis para a população em geral. Histórias e mais histórias de famílias e culturas brancas e ocidentais. O herói americano vencendo os japoneses, os russos, os latinos e até alienígenas. Hoje não há mais essa restrição, nosso cérebro pode escutar sons e idiomas totalmente novos e desconhecidos. Podemos quebrar tabus sobre culturas que considerávamos totalmente distantes. Podemos estar dentro de casas dos mais variados países. E só continuaremos assistindo à mesma coisa, sem mudança, sem novidades, sem novos desfechos, se assim quisermos.

O streaming possibilita que tenhamos acesso a produções e, portanto, a olhares de países, nunca antes imaginados. Um convite perfeito para quem quer mergulhar na emoção da sétima arte e ampliar sua visão de mundo, desatar seus nós, expandindo sua percepção sobre a humanidade e suas múltiplas diferenças e singularidades.

Pensando nisso, e com o compromisso de disseminar conhecimento, reflexão e autorresponsabilidade, a Gestão Kairós conta com um guia"="" class="redactor-autoparser-object">https://gestaokairos.com.br/pu... de Referências de Filmes, Séries e Documentários, estrategicamente elaborado, com indicações de obras que aprofundam o entendimento e a perspectiva sobre questões relacionadas à diversidade e inclusão, e que nos trazem conhecimento, letramento e empatia para entender nosso contexto histórico, econômico e social dos dias de hoje.