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Vamos ter filhos? Quando vamos comprar um apartamento? Como será nossa vida quando envelhecermos? Essas são as questões profundas que permeiam conversas aparentemente inofensivas sobre planejamento financeiro de casais e que muitas vezes são bombas que detonam as famosas e temidas DRs, as discussões de relacionamento.

O tema finanças ainda é um tabu e fonte de brigas intermináveis entre casais, como mostra uma pesquisa feita pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CDNL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) junto com o Banco Central.

A cada 100 casais, 46 brigam por questões relacionadas a dinheiro, e as razões são inúmeras: porque o parceiro gasta além de suas condições financeiras (38% dos respondentes), o cônjuge gasta tudo o que ganha e não consegue formar uma reserva para os dias difíceis (27%) ou porque não há concordância sobre onde alocar os gastos (25%).

Os problemas afetam ainda mais as mulheres. Um outro levantamento, feito pelo UBS no mundo todo, mostrou que 74% das mulheres divorciadas ou viúvas descobriram questões financeiras, como dívidas escondidas ou uma poupança insuficiente após a separação ou a morte do cônjuge.

Mas quais as dicas para estar na mesma página sobre o tema, se planejar como um casal e proteger o seu futuro? O 6 Minutos conversou com especialistas no tema e descobriu as principais estratégias, veja abaixo.

Conta proporcional aos salários

Uma boa forma de se planejar é calcular quanto, proporcionalmente, cada parte do casal deve contribuir com as despesas conjuntas, como educação dos filhos, aluguel ou parcela do financiamento imobiliário e supermercado, entre outras.

“A ideia é ter uma conta compartilhada que recebe um valor proporcional à renda de cada um. Se os dois têm o mesmo salário, por exemplo R$ 10 mil, cada um contribui com metade das despesas. Se um ganha R$ 3 mil e o outro R$ 7 mil, as contas são divididas em 30% e 70%, e por aí vai”, explica Nayara Boer, planejadora financeira e sócia da Renova Invest.

Garantir uma parte “livre” para cada um

Garantir uma parte livre do orçamento conjunto para cada um gastar como quiser é um dos principais truques para garantir a paz doméstica, segundo especialistas em finanças pessoais. Afinal de contas, a obrigação de justificar cada compra pode ser tão sufocante quanto ter que lidar com um ciumento obsessivo.

“Tem gente que acha que isso é egoísmo, mas não é. Isso é ter pé no chão. Quando a gente fala de finanças pessoais, a liberdade é muito importante, tanto quanto tomar decisões profissionais, por exemplo. Se o casal só tem uma conta conjunta, compartilha tudo, acaba perdendo a individualidade. E isso não é saudável”, aponta Boer.

Desfazendo o tabu

Quase um terço dos entrevistados na pesquisa do SPC/ CNDL afirmou que revela somente alguns gastos pessoais ao parceiro, com o objetivo de evitar discussões. As compras mais escondidas são roupas, sapatos e acessórios (32%), maquiagem, perfume e cosméticos (27%) e até comida e guloseimas (25%).

Falar sobre dinheiro acaba sendo um grande tabu. Um percentual não desprezível dos pesquisados pelo SPC, 15%, assume que não toca nesse assunto com os parceiros.

“As finanças são um grande tabu dentro dos relacionamentos. Tem casal que não sabe quanto o outro ganha, quanto gasta”, afirma Boer. “Na comunicação do casal precisa haver transparência em relação a dinheiro. Se essa conversa é complicada, talvez um bom passo seja contratar um planejador financeiro ou até um terapeuta de casais”.

Planeje o orçamento conjuntamente

A principal dica para ter um relacionamento harmônico na parte financeira é muito simples: planeje o orçamento doméstico conjuntamente.

“O ideal é fazer uma conta de como chegar nesse objetivo. As contas de uma família são como o balanço de uma empresa, precisa ter receitas e despesas. É necessário também determinar objetivos e o patrimônio que o casal pretende ter no futuro”, diz a planejadora financeira.

Pense no relacionamento a longo prazo

Para o educador financeiro José Vignoli, acreditar no relacionamento e fazer planos para o futuro é essencial, já que os problemas financeiros muitas vezes acabam sendo um reflexo do comprometimento dos casais.

“Isso exige sacrifícios de ambas as partes. Se o casal tem filhos, eles também têm que participar desse processo”, afirma. “É comum ver os pais se matando de trabalhar, em dificuldade, e os jovens, adolescentes, numa boa.”

Não gastar mais do que pode 

Na pesquisa do SPC/CNDL, 40% dos pesquisados disseram que costumam gastar além de suas posses para satisfazer as vontades do marido ou da mulher.

“Na fase antes do casamento, ou antes de morar junto, as pessoas têm um padrão de vida que foge da realidade após a união de fato”, diz Vignoli. “As pessoas se acostumam com um status, com uma forma de viver que não consegue ser mantida após o casamento.”

O excesso de confiança na própria capacidade de administrar as finanças da casa também é parte do problema. A pesquisa mostra que 52% das pessoas afirmam que têm maior controle sobre as contas conjuntas do que o parceiro. Ou seja, a conta não fecha.