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Reprodução/ GettyImages
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O caso ocorreu no dia 31 de outubro de 2002 em Campo Belo, região da Zona Norte de São Paulo. O crime foi o assassinato de Manfred e Marísia Von Richthofen, por meio de golpes na cabeça pelos “irmãos Cravinhos”, Daniel e Cristian. O motivo principal do homicídio era a não aprovação do relacionamento entre a filha Suzane e Daniel.

A família

A família Von Richthofen era composta por Manfred, pai alemão, naturalizado em São Paulo, que trabalhava como engenheiro; a mãe Marísia, uma renomada psiquiatra; a filha Suzane, que cursava direito e na época tinha 18 anos; e o irmão Andreas, com 15 anos. A família apresentava uma educação muito rígida com os filhos.

Como tudo começou

O crime foi minuciosamente planejado por Suzane e os irmãos Cravinho. O primeiro passo foi tirar Andreas, irmão de Suzane, da casa. Á noite, levaram de carro o menino para uma lan house e retornaram para a residência por volta da meia noite.

De volta à casa

Ao chegar, Suzane abriu a porta para Daniel e Cristian, que já empunhavam as barras de ferro que mais tarde seriam usadas.

A filha subiu para o segundo andar, acendendo a luz do corredor e confirmando se seus pais estavam em sono profundo. Tendo a certeza, deu permissão para que os irmãos subissem e entrassem no cômodo. Esperando no andar de baixo, separou sacos e luvas cirúrgicas para utilizarem.

No segundo andar

No quarto, Daniel golpeou Manfred e Cristian golpeou Marísia. Ambos sofreram golpes até a morte. No laudo da autópsia foi possível notar que as mãos de Marísia apresentavam feridas, o que explica uma tentativa de se defender dos golpes. Após o ocorrido, Marísia ainda emitia sons como roncos, o que levou os agressores a notarem que ainda estava viva, o que os levaram a colocar uma toalha em sua boca. Após certificar que ambos haviam falecido, reviraram o quarto e colocaram perto do pai um revólver calibre 38 que pertencia ao próprio Manfred.

Enquanto o crime acontecia no andar superior, não se sabe ao certo o que Suzane fazia, mas investigações apontam que ela estava ao lado dos irmãos quando colocaram a toalha na boca de Marísia. Os sacos separados anteriormente foram usados para colocarem as roupas e as barras usadas na cena do crime, e o material foi descartado sem nunca ter sido encontrado.

Usando uma faca para abrir a maleta de seu pai, Suzane pegou R$8.000,00, R€6.000,00 (R$ 37824,13) e US$5.000,00 (R$ 27216,50), além de joias, que foram entregues para Cristian também em uma tentativa de deixar as coisas parecendo com um latrocínio.

Veja imagens: Webstory: Caso Suzane Von Richthofen

Escapatória após o crime

Após o crime, os três saíram da mansão e deixaram Cristian em seu apartamento. Suzane e Daniel foram para um motel na Zona Sul, na intenção de criar um álibi. Solicitaram a suíte presidencial no valor de R$300 e nota fiscal. Essa atitude levantaria suspeitas posteriormente.

De volta na casa

Às três da manhã, o casal deixa o motel e resolve buscar Andreas, seguindo para a casa de Daniel. Após uma hora, os irmãos voltam para casa. Ao chegar na residência, Suzane estranha o fato das portas estarem abertas, e Andreas entra na biblioteca chamando seus pais. Enquanto isso, Suzane vai à cozinha pegar uma faca, entregando para sua irmão e pedindo que espere ao lado de fora. Ela toma a atitude de ligar para Daniel e esperar do lado de fora com seu irmão.

Após a chegada da polícia, os policiais ouvem os relatos de Suzane e Daniel e, ao entrarem na casa, acham tudo organizado, com exceção do quarto. Ao encontrarem os pais da família, estes tentam ser delicados ao contarem para os filhos, porém a reação de Suzane deixa as suspeitas altas. A filha reagiu de maneira fria, perguntando coisas como “o que eu faço agora?” ou “qual o procedimento?”.

Desconfiança do investigador

Desde o começo, a polícia sempre descartou a possibilidade de um latrocínio por conta de três fatores. O primeiro é apenas o quarto estar bagunçado, e não a casa toda; várias joias foram deixadas para trás, na cena local; e a arma da vítima não foi levada.

A busca se ampliou para pessoas próximas da família, que forneceram a informação de que o namoro de Daniel e Suzane não era aprovado. Logo, a investigação pautou ambos como principais suspeitos. A prova ficou mais concreta quando Cristian comprou uma bicicleta e pagou com notas de dólares e, ao ser questionado, foi o primeiro a sucumbir, afirmando que “sabia que a casa ia cair”.

Os dias de julgamento

O julgamento durou seis dias, começou 16 de julho de 2006 e terminou 22 de julho de 2006. As três versões apresentadas eram conflitantes. Suzane afirmou não ter participação, e que apenas um dos irmãos havia realizado o feito. Cristian no começo apontou o dedo para Daniel e afirmou não ter participado, um pouco depois afirmou ter auxiliado o irmão, mas relatou que tentou dissuadir Suzane e Daniel e não conseguiu. Um pouco depois, prestou outro depoimento afirmando ter se envolvido e que foi quem golpeou Marísia até a morte. Daniel afirmou ter sido usado por Suzane para que o plano desse certo.

Durante o plenário, diversas fotos foram usadas no julgamento, até cartas de amores trocadas pelo casal, o que resultou na remoção de Daniel por não conseguir conter suas emoções.

A sentença aos réus

Os réus foram condenados por duplo homicídio qualificado. Daniel foi indicado à pena de 39 anos e 6 meses, Suzane a 39 anos e Cristian a 38. Durante o cumprimento da pena, Suzane se casou com Sandra Regine Gomes, conhecida como Sandrão. A detenta estava cumprindo 27 anos de reclusão por sequestrar e matar um adolescente de 14 anos.

Hoje Suzane tem 37 anos e continua cumprindo sua pena. Recebeu autorização da Justiça para realizar o curso de Administração de Empresas, na Universidade Anhanguera de Taubaté. No dia 11 de março de 2016, deixou a prisão pela primeira vez. Em maio do mesmo ano, foi lhe concedido o dia das mães fora da prisão, porém ao fornecer o endereço errado, teve de ser localizada e afirmou que foi um mal entendido e permaneceu em regime de observação, e logo após voltou para regime fechado.

Os irmãos Cravinhos também estão cumprindo pena semiaberta.