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Nesta sexta-feira (15), dia dos professores, a TV Cultura exibe o documentárioPaulo Freire, 100 anos”, em homenagem ao patrono da educação brasileira. O filme, produzido pelo departamento de jornalismo da emissora e apresentado pelo jornalista e diretor Leão Serva, vai ao ar a partir das 20h.

O livro “Pedagogia do Oprimido é um marco na obra de Paulo Freire, grande pensador brasileiro das ciências humanas e um dos mais reconhecidos em todo o planeta. Ele foi professor das universidades de Harvard, nos Estados Unidos, Cambridge, na Inglaterra, e teve mais de 40 títulos de doutor honoris causa em universidades como Oxford, também na Inglaterra, e Coimbra, em Portugal.

Paulo Freire, 100 Anos” ouve os principais estudiosos da obra do educador e explica a sua importância. Ao mesmo tempo, trata sobre os motivos dele ter se tornado vítima de tantos ataques extremistas.

O filósofo Mario Sergio Cortella comenta os motivos pelos quais Paulo Freire é tão odiado pela direita e tão reconhecido por educadores em todo o mundo. "Há duas questões. Paulo Freire jamais seria contra que alguém contra ele fosse. Ele era um democrata. Acho que em alguns momentos ele até riria, mas levava muito a sério quem tinha argumentos contra ele", explica.

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O professor, filósofo e pedagogo Dermeval Saviani e o diretor de Educação de Jovens e Adultos do Colégio Santa Cruz, Fernando Frochtengarten, também comentam a repulsão de membros do governo federal atual ao educador.

Sérgio Haddad, autor de biografia de Paulo Freire, conta a trajetória do patrono brasileiro que nasceu em Pernambuco e chegou a passar fome. "Ele se formou em direito, mas não gostou e acabou indo para a educação, área em que já atuava", explica.

Sobre o projeto de alfabetização de Paulo Freire em Angicos, cidade do Rio Grande do Norte, Marcos Guerra, coordenador em Angicos, fala que “Paulo dizia que estamos numa estrutura de dominação, numa pedagogia do silêncio. O aluno ouve o que o professor manda e ele pratica o que o professor disse. Mas Angico revirou a coisa de cabeça para baixo".

Exílio

Paulo Freire foi preso pela ditadura militar por ser considerado subversivo, perigoso, inimigo do povo e de Deus. Seu exílio de 16 anos começa pela Bolívia, em 1964, ano do golpe militar, e enriquece sua obra, fazendo o educador crescer para o mundo. No Chile, concebeu a teoria da pedagogia do oprimido e na Suíça, onde trabalhava para o Conselho Mundial de Igrejas, ganhou projeção mundial e participou também da alfabetização de populações pobres no continente Africano.

Com a anistia e o retorno ao Brasil,Paulo Freire continuou a produzir obras importantes como a “Pedagogia da Esperança. Ele voltou para a universidade como professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) e teve a experiência de ser Secretário Municipal de Educação da maior cidade da América do Sul. A chegada foi em 1980, um ano após a anistia que pôs fim aos anos de chumbo da ditadura militar.

O professor e ator Guilherme Terreri Lima Pereira, que interpreta a drag queen “Rita Von Hunty”, também participa da edição e comenta sobre o pensador: "A intervenção proposta por Paulo Freire é uma educação comprometida com a transformação do mundo".

Por fim, o documentário traz um comentário do patrono da educação sobre sonhos. "Acho que não é possível existir humanamente sem sonhos, sem utopias. Sonhos enquanto projetos, enquanto programa, curiosidade, enquanto querer ser diferente", comenta Paulo Freire.

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