Nesta quarta-feira, 1º de dezembro, acontece o Dia Mundial de Luta contra a Aids, vigente desde 1988.
O surgimento da Aids
A sigla HIV - referente ao vírus da Aids - corresponde ao termo em inglês "Human Immunodeficiency Virus", que traduzido significa "Vírus de Imunodeficiência Humana". Como o próprio nome intui, essa doença está vinculada à degradação do sistema imunológico, responsável pela defesa do nosso corpo.
A Aids surgiu na década de 1980, em Los Angeles, quando cinco homens homossexuais foram internados com uma pneumonia grave. É incomum que pessoas jovens e sem questões de saúde sejam acometidas por uma pneumonia, ainda mais de estágio avançado.
Assim, o mundo passou a tomar conhecimento do que viria ser a epidemia da Aids, responsável pela morte de mais de 30 milhões de pessoas. Na época, pouco se sabia a respeito da doença que fragilizava seu portador, de forma que uma pessoa saudável poderia morrer de uma pneumonia.
O estigma em torno do vírus
A doença passou a crescer exponencialmente e parecia acometer, principalmente, membros da comunidade LGBTQIA+, em especial homens homossexuais. Surgiu a partir disso um estigma em torno do vírus da Aids, apelidado de "peste gay", que contribui fortemente para a criação de tabus e o crescimento do preconceito diante desse grupo, já marginalizado.
Ainda, por ser mais frequente entre homens gays, nos primeiros anos, pouco se fez a respeito. O então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, demorou quatro anos desde o primeiro caso para fazer uma menção ao vírus. Muitos não entendiam a gravidade da situação e não levavam a doença à sério.
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Tratamento
Em meados da década de 1980, tratamentos contra o vírus da Aids passaram a emergir. Até então, o diagnóstico era praticamente uma sentença de morte, visto que não existiam meios disponíveis de combate à doença.
O tratamento consistia na administração de drogas antirretrovirais - o que ficou conhecido como o "coquetel" -, capazes de minimizar a ação do HIV. Desde seu início, os remédios tiveram grande progresso, e atualmente são bastante eficazes, com poucos efeitos colaterais.
Hoje, é possível tomar medidas profiláticas - o chamado "PrEP", profilaxia pré-exposição - para que o vírus não seja contraído. Ou seja, quando se sabe de uma situação onde há risco de contágio, por exemplo, tendo relações sexuais com uma pessoa soropositiva, é possível tomar remédios que previnam a transmissão do vírus.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o PrEP de forma gratuita para pessoas com risco de contágio, como homens homoafetivos com vida sexual ativa, trabalhadores do sexo, transexuais e pessoas que mantem relações sexuais com soropositivos.
Transmissão
É importante desconstruir o estigma de que a Aids é exclusiva para homens homossexuais, visto que isso é uma mentira. Na verdade, qualquer pessoa que tenha contato com o vírus ativo pode ser infectada. A transmissão se dá, principalmente, através de sexo desprotegido com pessoas soropositivas (penetração oral, vaginal ou anal).
Ainda, é possível que uma mãe soropositiva contamine o filho no momento do parto (transmissão horizontal) ou na amamentação.
Luto, progresso e a conscientização
O Dia Mundial de Luta contra Aids foi criado, justamente, para dar visibilidade à essa grave epidemia, que já levou milhões de vidas. Figuras públicas conhecidas como Cazuza, Renato Russo e Freddie Mercury foram algumas das vítimas.
Ainda, considerando que é a 35ª vez que a data é celebrada, vale a pena levar em consideração os avanços na luta contra a Aids, o que só seria possível através do trabalho minucioso da comunidade científica pelo mundo. Atualmente, pessoas soropositivas aumentaram exponencialmente sua expectativa de vida e conseguem viver com qualidade, apesar do vírus.
Por fim, vale relembrar que a forma mais eficaz de se proteger contra a Aids é praticando sexo seguro, isto é, através do uso de preservativos. Usar preservativo não é apenas um método contraceptivo, mas também, uma barreira indispensável contra doenças sexualmente transmissíveis, que vão muito além da Aids.
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