O secretário-especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, participou nesta quinta-feira (25) da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos no Senado. Ele rebateu acusações de genocídio contra os indígenas da comunidade yanomami. Segundo ele, a classificação é um “absurdo”.
"Isso [de genocídio] é um outro absurdo, porque quando se fala isso, considerando que 52% da nossa força de trabalho é indígena, então nós não tivemos genocídio, tivemos uma guerra étnica", afirmou. O secretário ainda disse que genocídios só acontecem em tempos de guerra.
Os povos yanomami, de Roraima, estão sofrendo com uma crise sanitária. Reportagem do programa Fantástico mostrou que eles enfrentam surtos de malária, desnutrição das crianças e falta de atendimento médico. O território une mais de 300 mil indígenas em cerca de 30 comunidades.
"Fizemos a vigilância nutricional. Não cabe à Sesai [Secretaria Especial de Saúde Indígena] segurança alimentar, não cabe ao Ministério da Saúde a distribuição de cestas básicas. Não cabe", justificou Santos da Silva. "Existem outros órgãos do Governo Federal e chamo a atenção para estados e municípios que muitas vezes recuam frente às suas responsabilidades, frente a essa população. Independente de eu ser indígena, onde quer que eu esteja, eu sou munícipe. E o município e o estado precisam fazer sua parte".
A audiência foi marcada pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Paulo Paim (PT-RS) para discutir a situação dos yanomamis.
A acusação do genocídio contra indígenas surgiu nas sessões da CPI da Covid, pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Randolfe afirmou que houve omissão do Governo Federal como “ação genocida” e entrou com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) contra o Executivo.
Leia Também: Corpo de criança Yanomami sugada por garimpo é encontrado no rio Parima
REDES SOCIAIS