Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Foto:Wilson Dias/Agência Brasil
Foto:Wilson Dias/Agência Brasil

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Luiz Fernando Corrêa, e o ex-diretor-adjunto Alessandro Moretti prestam depoimento na tarde desta quinta-feira (17) à Polícia Federal (PF), em Brasília, no inquérito que apura o esquema de espionagem ilegal conhecido como "Abin Paralela" durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

As oitivas ocorrem de forma simultânea, mas separadamente, para evitar qualquer influência mútua nas declarações.

A PF já decidiu indiciar Corrêa e Moretti por suspeita de obstrução das investigações e envolvimento em práticas de espionagem fora dos limites legais. A decisão é baseada em provas documentais, técnicas e nos relatos de dezenas de testemunhas. O cenário só poderia ser revertido caso as defesas apresentem elementos irrefutáveis durante os depoimentos, o que é considerado improvável pelos investigadores.

Leia também: Coronel José Augusto Coutinho é nomeado novo comandante-geral da Polícia Militar de SP

O foco inicial da apuração era o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ), ligado ao ex-presidente Bolsonaro. Com o avanço das investigações, surgiram suspeitas de que integrantes indicados na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (PT), como Corrêa e Moretti, teriam tentado dificultar o trabalho da PF, inclusive com o envio de informações incompletas, formatação irregular de computadores e pressão interna para desmobilizar apurações.

Entre os fatos mais graves está a revelação de que a Abin teria realizado uma operação de espionagem contra autoridades do Paraguai em meio às negociações sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Um agente da agência relatou que a ação, iniciada ainda sob Bolsonaro, teria continuado no governo Lula, com aval de Corrêa. A suspeita de interferência nas investigações foi reforçada após uma reunião, em março de 2023, em que Moretti teria minimizado a gravidade dos fatos, afirmando que a apuração "iria passar" por ter "fundo político".

A investigação da chamada "Abin Paralela" começou em março de 2023, já no governo Lula, para apurar o uso do software espião FirstMile para monitorar adversários e jornalistas. Durante a operação Última Milha, a PF encontrou, na casa de um ex-integrante da Abin, US$ 171 mil em espécie, agravando as suspeitas de irregularidades.

A Intelis, associação que representa os servidores da agência, divulgou nota criticando a atuação da PF e acusando o órgão de ampliar indevidamente o escopo da investigação para fins políticos, além de denunciar vazamento de informações sigilosas ao Ministério Público Federal (MPF). 

Corrêa afirmou, em nota, estar à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos sobre os fatos relatados na imprensa, que remontam a decisões tomadas em gestões anteriores da agência. Procurados, Abin, PF e Moretti não se manifestaram sobre o caso.

O relatório final deve ser concluído até o fim deste mês e, posteriormente, encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta denúncia à Justiça, pede novas diligências ou arquiva a investigação.

Leia mais: IPVA 2025: 4ª parcela de carros com placa de final 5 vence nesta quinta-feira (17) em SP