O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica, que morreu na última terça-feira (13), aos 89 anos, expressou em vida o desejo de ser sepultado na chácara onde morava, nos arredores de Montevidéu, ao lado de Manuela, sua cadela de três patas que morreu em 2018.
A informação reforça o vínculo do ex-mandatário com a vida simples que escolheu levar, mesmo quando ocupava o cargo mais alto do país.
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Mujica foi diagnosticado com um câncer no esôfago em 2024 e, nos últimos meses, vinha recebendo cuidados paliativos. Em entrevista concedida ao jornal Búsqueda em janeiro deste ano, ele revelou que a doença havia se espalhado e afirmou já estar se despedindo dos amigos. “Meu ciclo acabou. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso”, declarou na ocasião.
Na mesma conversa, ele contou que estava organizando os detalhes de seu sepultamento e reafirmou a vontade de ter suas cinzas levadas até sua propriedade rural, para que fossem enterradas ao lado de Manuela, sob uma árvore sequoia. “Vou morrer aqui. Há uma grande sequoia lá fora. Manuela está enterrada lá. Estou preenchendo a papelada para que possam me enterrar lá também. E é isso”, disse.
A cadela Manuela foi uma presença constante ao lado de Mujica durante o seu governo, entre 2010 e 2015. Tornou-se símbolo do estilo de vida austero do ex-presidente, que recusou morar na residência oficial e preferiu seguir em sua casa de campo, cultivando plantas e mantendo contato com vizinhos. A mascote acompanhava o político em entrevistas, eventos e transmissões ao vivo, e era descrita por ele como “parte da família”.
Manuela perdeu uma das patas após ser atropelada por um trator que Mujica dirigia em sua chácara. Ela morreu aos 22 anos, em junho de 2018. Mesmo após o fim do mandato, a imagem de Mujica com roupas simples, em meio à natureza, e sempre ao lado da cadela, ganhou notoriedade internacional e virou símbolo da resistência à ostentação no poder.
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