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Nicușor Dan, prefeito de Bucareste, venceu no último domingo (18) o segundo turno das eleições presidenciais da Romênia, em uma reviravolta surpreendente sobre o nacionalista George Simion, de extrema direita.

Segundo resultados oficiais com quase todas as urnas apuradas, Dan obteve cerca de 54% dos votos, contra 46% do adversário.

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A eleição foi marcada pela maior taxa de comparecimento em 25 anos, com participação próxima de 65% do eleitorado. No primeiro turno, realizado duas semanas antes, Simion havia liderado com 41%, praticamente o dobro da votação de Dan, o que tornou sua derrota ainda mais inesperada.

Matemático de 55 anos, o vitorioso promoveu uma campanha com um discurso centrado no combate à corrupção, na permanência do país no caminho europeu e no fortalecimento da parceria com a Ucrânia. Durante a disputa, afirmou que o apoio ao país vizinho é fundamental para a segurança da própria Romênia diante da crescente ameaça russa.

A vitória foi celebrada por líderes europeus. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou a escolha dos romenos por uma "Europa forte". O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que "a democracia venceu, apesar das numerosas tentativas de manipulação". Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o resultado como uma "vitória histórica" e destacou a importância de contar com a Romênia como “parceira confiável”.

Admirador declarado do presidente dos EUA Donald Trump, Simon, 38, defendeu uma política inspirada no trumpismo, incluindo o fim do apoio militar à Ucrânia. Inicialmente, declarou vitória no segundo turno, mas depois reconheceu a derrota em vídeo publicado nas redes sociais, dizendo que "o povo romeno expressou sua vontade".

A eleição ocorreu cinco meses após o cancelamento da votação anterior, anulada por suspeitas de interferência russa em favor de um candidato também de extrema direita, impedido de concorrer novamente. Na noite da vitória, apoiadores de Dan entoaram palavras de ordem em Bucareste, como, por exemplo: “Rússia, não se esqueça, a Romênia não é sua”.

Agora, o novo presidente enfrenta o desafio de formar uma coalizão no Parlamento para indicar um primeiro-ministro e lidar com o déficit orçamentário mais alto da União Europeia. Em discurso aos eleitores, ele afirmou: “Haverá um período difícil pela frente, necessário para um reequilíbrio econômico que lance as bases de uma sociedade saudável. Por favor, tenham esperança e paciência".

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