O padre e influenciador Patrick Fernandes prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que ocorre no Senado, nesta quarta-feira (21). A comissão investiga a influência de casas de apostas on-line no orçamento de famílias brasileiras.

Em vídeo publicado em suas redes sociais na última terça-feira (20), o sacerdote manifestou que gostaria de contribuir com a comissão. Ele foi convidado a depor pelo senador Dr. Hiran (PP-RR), presidente do colegiado.

“Para mim é um prazer imenso, de verdade, eu sinto um prazer de poder colaborar com o meu país, de alguma forma, porque eu sei o estrago que isso tem feito na vida de tantas pessoas.Os padres geralmente se ocupam em ouvir, e quase ninguém procura um padre, um pastor para contar coisas boas. Então a gente se vê exposto a todo momento às realidades que as pessoas estão vivendo”, afirmou o padre.

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O religioso adicionou que chegou a receber propostas para divulgar casas de apostas, mas considera esse tipo de ação contrária ao evangelho. “Já recebi várias propostas. Eu poderia estar milionário, se quisesse. Mas eu sempre tive na minha consciência que eu não poderia me envolver com jogo, não simplesmente porque eu sou padre, mas porque eu sou cristão. Seria um erro da minha parte porque isso é contrário ao evangelho".

A CPI das Bets começou em novembro de 2024 e tem como objetivo investigar possíveis associações entre empresas de apostas e organizações criminosas. Também são apurados o impacto das plataformas nos orçamentos de famílias brasileiras e a possibilidade de ter lavagem de dinheiro envolvida.

A comissão também pretende elaborar políticas públicas de proteção aos grupos mais vulneráveis, principalmente os jovens.

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em parceria com o Datafolha, cerca de 3 milhões de pessoas fizeram alguma aposta nas Bets no ano de 2024 – o que representa cerca de 15% da população acima de 16 anos.

O presidente do colegiado considera importante ouvir figuras públicas que expressem certa "percepção social e moral" da população sobre o tema, segundo informado pela Agência Senado.

Até o momento, Virgínia Fonseca e Rico Melquiades foram ouvidos, e outros 18 influenciadores foram convocados a depor. O calendário de atividades será definido pelo senador Dr. Hiran (PP – RR).

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