Estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) realizam, desde a última segunda-feira (19), uma paralisação para denunciar casos de racismo na instituição, problemas na infraestrutura local e demandar mais bolsas de estudo.
O movimento foi puxado pelos Coletivos Da Ponte Pra Cá e Saravá, frente organizada de alunos bolsistas e de alunos negros, respectivamente, além de outros centros acadêmicos.
Na "carta proposta" feita pelas entidades, os alunos reivindicam políticas de permanência estudantil, currículo antirracista e transparência nas decisões institucionais.
O movimento também chama atenção aos problemas na infraestrutura da instituição: na última segunda (19), uma parte do teto de uma das instalações da universidade caiu e um rato foi encontrado no refeitório, na última quarta (21).

Alunos dos cursos de Ciências Sociais, Psicologia, Serviço Social, Pedagogia, Comunicação e Multimeios, Relações Internacionais e Jornalismo aderiram à paralisação. Além da ocupação dos estudantes, piquetes têm sido realizados com carteiras para fechar algumas entradas da instituição.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ainda expediu, nesta sexta (23), um mandado proibitório em relação à paralisação, que autoriza o uso de força policial, se necessário, para retirar os alunos que ocupam a instituição.
A medida foi tomada pelo juiz Marcelo Augusto Oliveira e alega que a ocupação dos estudantes se deu de forma agressiva, com depredação do patrimônio e fechamento de pontos de acesso às instalações da faculdade.
Mais de quatro alunos foram intimados e têm 15 dias para apresentarem defesa. Segundo o documento, atos como a depredação do imóvel, derrubada de grades ou bloqueio de portas e passagens, estão sob pena de multa diária de R$ 5.000,00, até o limite de R$ 100.000,00.
Procurada pela TV Cultura, a assessoria da PUC-SP não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta nota.
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